Pipa, arraia ou papagaio, o brinquedo que ganha um nome diferente em cada estado brasileiro já garantiu a diversão de várias gerações de crianças e adultos. Em Salvador, os dias ensolarados são um convite para a prática da brincadeira, bairros como Boca do Rio e Liberdade são conhecidos pela grande quantidade de adultos e crianças que se divertem com o brinquedo, principalmente durante os finais de semana.
Mas a arraia, que é garantia de sorriso, magia e diversão para crianças e adultos, também pode apresentar riscos, caso não haja cuidado e atenção da hora do lazer. Até abril deste ano, a Coelba registrou 575 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia na Bahia, em função de curtos-circuito provocados por arraias na rede elétrica. Sendo 297 dos eventos em Salvador e Região Metropolitana. Em 2011, foram 1.209 ocorrências: 610 na capital e RMS.
Em Salvador, os bairros campeões no número de acidentes com pipas são Itinga, Itapuã, São Cristóvão, Boca do Rio, Paripe e Sussuarana.
Quando não chegam a cortar os fios de transmissão de energia, as linhas ficam presas, sujando a fiação. Nestes casos, a equipe Linha Viva da Coelba entra em ação. Somente esses profissionais, que são especializados em trabalhar com a rede ligada, estão habilitados para realizar a limpeza com segurança.
Perigo – Outro fator que merece a atenção dos responsáveis na hora da diversão é o uso do cerol, uma mistura de caco de vidro e cola, que também pode causar graves acidentes.
O cerol é usado para deixar as linhas das pipas mais resistentes e cortantes, tornando-as capazes de cortar outras linhas e “abater” outras pipas. Mas a mistura pode oferecer sérios riscos tanto para quem manuseia a linha quanto para quem passa pela área onde ela está sendo usada.
De acordo com informações da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), os condutores de motos são os mais afetados pelo cerol. São cerca de 100 acidentes por ano, sendo que metade dos casos são graves e outros 25%, fatais. A entidade constatou ainda que, maioria dos casos, os ferimentos são causados na região cervical, nas pernas e mãos.
Além do alto teor cortante da mistura, o cerol também é condutor de eletricidade, e em caso de contato com uma fiação de energia ligada, pode causar descargas elétricas e queimaduras em quem empina a pipa. Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, (Abradee), entre 2001 e 2010, foram registrados 372 acidentes causados pelo contato da linha com cerol com a rede elétrica. Deste total, 85 pessoas morreram, 134 tiveram ferimentos graves e 153 leves. As informações são do A Tarde.