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Violência nunca mais

A segurança é um direito humano do cidadão.

Que caminhos o Brasil poderia trilhar para reverter o atual quadro de violência? Estamos todos amedrontados diante do aumento de crimes hediondos em nosso país, sensibilizados pela dor de uma sociedade onde são assassinadas 109 pessoas por dia. A segurança é um direito humano do cidadão.

“É NECESSÁRIO e urgente implantar a cultura da paz no coração de todas as pessoas. Nossos corações querem gritar em alta voz: “Violência nunca mais! Essas palavras, do Papa Francisco, expressam muito bem o desejo de todos nós, que assistimos assustados à escalada de violência em Feira de Santana, na Bahia e no Brasil.

A VIOLÊNCIA se agrava com a miséria. A fome é uma grande forma de violência. No mundo a cada sete segundos morre uma criança de fome. Calcula-se que cada dia morrem cem mil pessoas de fome ou de suas conseqüências. No entanto, a violência é mais profunda do que os efeitos da miséria. Ela está ligada ao ódio, à vingança, à cobiça de riquezas, ao dinheiro, à disputa pelo poder, a filmes, novelas e seriados violentos que ensinam a roubar, matar e agredir.

UM BRASIL de mais paz depende de nós. Literalmente, depende de nós. A resposta para esta situação de violência depende da força de nossas convicções e da influência que possamos exercer em nossas respectivas comunidades. Desta forma, o modo mais eficaz para diminuir a violência é a formação para o respeito à vida humana, presente de Deus. Essa atitude requer, em especial, o zelo na educação das crianças, que são as principais vítimas da violência.

CRIMINOSOS e seqüestradores são capazes de explodir bancos, criar pânico, extinguir vidas humanas, mas eles não têm o poder de destruir a esperança de paz. É preciso mais policiamento, é preciso cobrar medidas necessárias por parte do nosso governo, mas, em última análise, cada um deve fazer a sua parte para educar seus filhos, seus alunos, para conscientizar a sua comunidade de que o Brasil pode se tornar um dia um país mais humano.

O PROFETA Isaías adverte que “a verdadeira paz é obra da justiça” (Is 32,17). Portanto, a defesa da vida e da justiça passa pelo emprego, direito à terra, à saúde, à educação e a moradia. Passa pelo combate à praga da corrupção. E tudo isso dentro de uma cultura do diálogo, do perdão e da consciência do valor do ser humano. Jesus nos diz: “Felizes os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”. (Mt 5,9). “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz” (Jo. 14, 27).

Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
[email protected]

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