Artigos e Crônicas

Da sacralidade da capela de Bom Jesus da Lapa. Ou seria do desenho de Deus?

No interior da caverna sacra há pequenos labirintos onde fiéis ou curiosos percorrem diminuídos pela aura transcende do lugar.

Jailton Batista
Foto: Arquivo Pessoal

Por Jailton Batista

Uma das mais singelas capelas do Brasil está incrustada numa gruta em Bom Jesus da Lapa, no meio oeste da Bahia. Quem ali adentra, não há como não ser impactado, pois tudo evoca sacralidade. Do teto, esculpido pela ação silenciosa do tempo, descem pináculos invertidos de estalactites como se fossem candelabros.

Em frente ao altar mor, no centro da capela, um deles verte gotas d’água que um crente diria que seriam lágrimas de Cristo que caem ritmadamente como uma nota musical. Esse milagre da natureza poderia ser bem aproveitado numa pia batismal ou em outra cerimônia sacramental para purificar tantas almas pecadoras que ali vão beber na fonte de Deus. Fica aí a sugestão.

No interior da caverna sacra há pequenos labirintos onde fiéis ou curiosos percorrem diminuídos pela aura transcende do lugar. Lá fora, a missa campal ao pé da montanha e ao lado da embocadura do templo de pedra, um padre conduz a cerimônia principal sob o fervor dos cânticos entoados por jovens de um coral bem afinado, colorindo a liturgia de uma musicalidade que nos faz imaginar que estamos na porta do céu sendo saudados por anjos com seus alaúdes e cítaras numa festa de conversão.

*Jailton Batista fez Ciências Sociais na Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS -, foi secretário de Cultura desta cidade, atuou por mais de 30 anos como executivo da indústria farmacêutica brasileira, é jornalista, escritor e fazendeiro em Andaraí, na Chapada Diamantina.

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