Por: Danilo Guerra*
“Assim como perfumes alegram a vida, a amizade sincera dá ânimo para viver”
Pv. 27.9 (adaptado)
O que faz a vida ter sentido? Qual o segredo para a boa convivência humana? Por que as pessoas são tão diferentes, mas numa relação de reciprocidade consideram-se tão especiais? Olhemos para o nosso interior e a resposta brotará do solo fértil da nossa alma.Não haveria sentido algum na vida do homem se as suas alegrias e tristezas, os sonhos e utopias, os sucessos e fracassos não fossem compartilhados com amor, afeição, verdade e simpatia de espírito. A amizade, presença de Deus na presença dos homens, garante-nos a certeza de que não estamos sozinhos, nem desamparados na longa estrada da vida. Por mais fragilizados que pareçamos estar, sempre haverá um amigo que oferecerá a sua presença acolhedora, seu abraço terno e seu sorriso sincero, elementos que nos motivam a continuar vivendo.
Gabriel Chalita, mestre em Ciências Sociais, considera a presença de um amigo como um bálsamo que cicatriza as feridas e recupera as forças para seguir adiante. A amizade não é apenas um símbolo de vida, é a própria vida revelada aos homens nos seus relacionamentos sociais. Portanto, não importa a cor de sua pele, nem o brilho dos seus olhos; sua raça, credo ou nação. O importante é enxergar o outro com o olhar do coração. Quando os olhos do coração se abrem enxergamos em cada amigo um irmão.
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Aristóteles, filósofo grego, já afirmava “a amizade é uma única alma que habita em dois corpos”. É uma relação profunda e fecunda de respeito mútuo, apreço e camaradagem. É uma aliança eterna, um pacto sem fim de unidade, fraternidade e utopia. A vitalidade e a beleza desse sentimento é manifestada na linguagem mais sublime: a do amor. O amor uni, integra, acolhe e corrige, mas nunca trata com leviandade. A amizade é um sentimento nobre, que deve abrigar no peito esquerdo de cada homem e da cada mulher. Ela não abre precedentes para os relacionamentos frios, opacos e insípidos.
O que possibilita a amizade ser uma aliança eterna entre dois corpos e uma só alma é sua originalidade e, consequentemente, sua rejeição a qualquer tipo de farsa, engano e traição; nesses corpos não há espaço para a indiferença.Quão bela é a descrição do sábio Salomão ao comparar a amizade com as mais excelentes fragrâncias de perfume. Sim, a amizade enquanto perfume da vida e força que nos anima para viver, não compactua com elogios rasgados e críticas acerbas, contenta-se apenas com a verdade; não se alegra com a arte do engano, de tirar proveitos, mas regojiza-se na retidão e na justiça.
A essência desse perfume tão sublime exala pelo ar da vida um cheiro tão suave que aproxima e une os grandes e estimados amigos. É certo que os amigos amam em todo o tempo, mas nos momentos difíceis, de adversidades eles se transformam em verdadeiros irmãos.
Feliz Dia da Amizade, feliz dia de reflexão!
* Danilo Guerra é Jornalista e professor de Língua Portuguesa, Redação e Filosofia
