Laiane Cruz e Ed Santos
A morte do empresário Dorian da Silva Santos, precursor da Telexfree na Bahia, pode ter sido encomendada por uma mulher identificada como Daiane Oliveira com quem a vítima mantinha um relacionamento extraconjugal. A informação foi divulgada pela polícia na manhã desta quinta-feira (21).
De acordo com o delegado Gustavo Coutinho, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Dorian mantinha um relacionamento antigo com uma mulher identificada apenas como Daiane, que já residiu na localidade de Cabaceiras, no município de Serra Preta, e agora estava morando em Feira de Santana. Segundo ele, além de Dorian, Daiane costumava se relacionar com outros homens, alguns envolvidos com tráfico de drogas.
“Ela conheceu o Davi Gordo no último sábado em uma festa e mantiveram relações. Entre uma conversa e outra, ela citou que se relacionava com o Dorian, que tinha muito dinheiro. Então eles combinaram de formular um roubo. Na terça-feira, Daiane recebeu uma ligação da vítima pedindo um encontro. Ela avisou a Davi Gordo que estaria em uma residência no bairro Papagaio, e que na saída a vítima deveria ser abordada e amarrada. Ela também deveria ser amarrada para que a vítima não desconfiasse da participação dela e seriam levados pra algum lugar com o intuito de roubar o veículo e o dinheiro”, relatou o delegado sobre as investigações.
Ainda conforme as investigações, ao ser abordado pelos bandidos na saída da casa da amante, o empresário desconfiou de Daiane, que ordenou à dupla que matasse o empresário para que ele não revelasse o esquema à polícia.
“A vítima desconfiou da participação dela e ela mandou executar. Então eles seguiram sentido à BR-324. O celular da vítima é um iPhone. Davi pediu que ele desse a senha para desbloquear a tela, ele desbloqueou, mas à frente ele viu que poderia ser rastreado e dispensou o celular na 324. Logo em seguida, pegaram a BR-101 até o local do crime. Tendo o Joanderson descido e executado a vítima com seis tiros de revólver calibre 32 na nuca, no local”, detalhou Gustavo Coutinho.
O Coordenador Regional de Polícia do Interior, João Rodrigo Uzzum, destacou que a polícia iniciou o processo de investigação que culminou na confissão da prática delituosa e também na colheita de provas que levaram à participação de Daiane logo no local do crime. “Estamos utilizando todos os recursos para manter a prisão preventiva dessa pessoa.”
Ele acrescentou que a polícia trabalha com a hipótese de crime premeditado, mas a real motivação ainda está em processo de investigação e não descarta a suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte), como também a de homicídio, tendo em vista o envolvimento da vítima com a corrente financeira conhecida como Telexfree.
“Estamos trabalhando com essa hipótese de ter sido um crime de mando. Ainda existem outras vertentes, mas nesse momento já temos a autoria e as pessoas envolvidas. A motivação ainda está em processo de investigação. Existem outras questões envolvendo a vítima, como o envolvimento dele numa pirâmide e pessoas estavam insatisfeitas. Então temos três ou quatro linhas de investigação. Nós cremos que com a identificação dessa terceira pessoa será plenamente elucidado”, afirmou Uzzum.
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