Com uma metáfora, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deixou bem claro que pensou em demitir o treinador Dunga antes de este comandar a Seleção no Mundial da África do Sul.
"Quando você está no meio do Atlântico, você tem de atravessar o Atlântico. Não tem outra opção", disse.
Teixeira não poupou críticas a Dunga, mas não citou o nome do ex-comandante da Seleção, destacando a postura inquieta e nervosa do ex-volante.
"Ficou claro que o time estava profundamente nervoso. Tinha zagueiro jogando de ponta de lança. "Se sou presidente da CBF e invado o campo para bater no juiz, influencia. O nervosismo de todos os jogadores ficou muito claro", admitiu ao "Sportv".
Já projetando os próximos quatros anos, Ricardo Teixeira deixou bem claro uma exigência que vai fazer ao novo treinador: renovação total da equipe e a escolha por jogadores que terão condições de jogar a Copa de 2014, no Brasil.
"Eu quero o time que vai jogar em 2014. Esse novo treinador necessariamente (enfático) vai renovar a equipe. O jogador a ser chamado agora vai ter 19, 20 anos… O técnico terá que fazer uma mescla com alguém que possa estar em 2014. Preciso de paciência da torcida e apoio. Os jogadores que vocês tanto falam (referindo-se a Ganso e Neymar) agora vão estar na Seleção e essa renovação pode acarretar derrotas. É preciso ter muito calma com eles", pediu.
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Ricardo Teixeira também "anunciou" a aposentadoria de jogadores que atualmente tem mais de 30 anos. Com isso, a zaga formada por Lucio e Juan, que terá 35 e 36 anos respectivamente na próxima Copa, está praticamente descartada.
"Não adianta você colocar jogadores que hoje tem 30 e tantos anos para disputar a Copa do Brasil", pregou.
Apesar de deixar bem claro que não concorda com a maioria das escolhas de Dunga, Teixeira tratou de dividir a culpa com a imprensa, afirmando que esta eleva a importância dos jogadores.
"Tem que haver uma mea-culpa da imprensa, que endeusa demais os jogadores, não reconhecendo que eles também erram. Me refiro a todos os jogadores, não apenas os da Seleção, prosseguiu.
Retomando à questão da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira tratou o evento, que será realizado no Brasil, como prioridade total da CBF para os próximos quatro anos, falando em reformas estruturais além das que já havia dito sobre a equipe.
"Perder a Copa de 2010 seria até justificável, mas um novo 1950 (referindo-se à derrota para o Uruguai na decisão da Copa daquele ano, realizada no Brasil) não está na cabeça de ninguém. São duas Copas bem diferentes. A gradação que foi dada a Copa da África foi uma. A do Brasil é outra. Não adianta pensar o contrário. O torcedor brasileiro vai estar em campo. Estamos fazendo uma nova concentração da Seleção no Rio de Janeiro. Teresópolis não tem estrutura para ser a concentração da equipe principal na Copa do Brasil", finalizou. As informações são do O Dia
