Após a Polícia Federal impedir a falsa freira e sua quadrilha de sacar um título de dívida pública de R$1,859 milhão, em uma agência bancária em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na quarta-feira (26), a verdadeira religiosa descobriu que estava milionária. Segundo o delegado da PF, Marcos Aurélio Costa de Lima, o dinheiro é referente a uma ação contra o Ministério do Planejamento.
A vítima, que mora em um convento de Campina Grande, na Paraíba, entrou com processo para requerer pensão previdenciária, em 1999, e não sabia que havia ganhado a ação.
A falsa freira e os outros dois criminosos foram presos em flagrante após denúncia de funcionários da Caixa Econômica Federal, na Rua Miguel de Frias, em Icaraí, onde tentavam sacar o precatório. A Polícia Federal divulgou imagens gravadas pelo circuito interno de segurança da agência.
Surpresa para verdadeira freira
“A verdadeira freira ficou surpresa quando ligamos. Ela nem sabia que já tinha ganho a ação”, disse o delegado, afirmando que a falsa religiosa e a quadrilha tinham informações privilegiadas. “A decisão do pagamento foi publicada no Diário Oficial, mas eles não tinham como saber que a beneficiária é uma freira”, explicou.
O delegado afirma que apesar da informação privilegiada, a linha de investigação da Polícia Federal não aponta para o envolvimento de funcionários da Caixa Econômica. “Já sabemos que a falsa freira ia receber R$ 2 mil pelo estelionato, mas não sabemos como o título de dívida pública seria dividido”.
Ainda de acordo com Marcos Aurélio, uma quarta integrante da quadrilha, advogada, identificada apenas como Wilma, está sendo procurada pela PF. “Ela também aparece nas imagens”, afirmou.
Os três presos foram indiciados por estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso, podendo pegar até 15 anos de prisão.
Como aconteceu
As imagens gravadas pela câmera de segurança do banco mostram o momento em que a falsa freira, acompanhada de um homem de 44 anos, que também foi preso, entra na agência bancária, se dirige a um caixa e tenta sacar o dinheiro. Desconfiado, um funcionário do banco acionou os agentes da Polícia Federal, que comprovaram que o documento apresentado pela mulher era falso.
De acordo com o delegado, esta foi a quarta tentativa de saque do valor do precatório. No entanto, a polícia ainda investiga se elas foram feitas pelos mesmos suspeitos.
O terceiro suspeito, que seria responsável pela obtenção dos documentos que permitiriam o saque, foi detido quando tentava fugir em um táxi. As informações são do G1.