O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, criticou hoje o que chamou de "zona de conforto" que existe hoje no mercado privado de banda larga no País. Segundo ele, a introdução da rede da Telebrás tem como principal objetivo fornecer uma alternativa para aumentar a competição, inclusive com a participação de pequenos provedores. "Nosso papel é fazer com que a concorrência se dê a nível de serviços, não somente na infraestrutura. A existência de uma rede neutra aumentará a competição. Fará o mercado sair da zona de conforto e deste acordo de mediocridade", afirmou Santanna, na audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, convocada para discutir o Plano Nacional de Banda Larga.
Santanna disse ainda que os grande provedores de banda larga ignoraram o crescimento da chamada "classe C". Segundo ele, foi por causa desse aumento excessivo da demanda que ocorreram os apagões na rede da Telefônica, em São Paulo, que levaram a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a determinar no ano passado a suspensão provisória das agendas de novos pacotes de banda larga. "Se isto acontecesse com a Telebrás, esta Casa (Senado) certamente pediria a privatização da empresa", provocou.
Santana disse ainda que a Telefônica brasileira deve estar com dificuldades para investir no Brasil, porque "provavelmente" está precisando subsidiar a matriz espanhola, devido a crise econômica naquele país. Ele também assegurou que a nova Telebrás não será uma estatal inchada, com muitos cargos de confiança. "O nosso papel será de uma empresa gestora enxuta, com engenharia e marketing. A operação será contratada na iniciativa privada", afirmou.
As informações são do Estadão