Ele é altamente contagioso, transmitido pelo ato sexual e um dos causadores do terceiro tipo de câncer que mais mata as mulheres. O Papiloma Vírus Humano, conhecido pela sigla HPV, atinge principalmente as mulheres em idade sexual ativa expondo-as ao câncer de colo do útero e verrugas na vulva. Ele pode ser evitado com exames preventivos ou com a aplicação da vacina, que atualmente é disponibilizada gratuitamente em apenas um município baiano.
Em São Francisco do Conde, que faz parte da Região Metropolitana de Salvador, e fica a 67 km da capital baiana foi desenvolvida uma ação que disponibilizou para a população feminina, entre 10 e 14 anos, a vacina contra o vírus Papiloma gratuitamente. Segundo a secretária de saúde, Marília Fontoura, a inciativa surgiu após a implantação de um Centro de Saúde da Mulher, no ano passado, que registrou um grande número de casos com lesão no colo do útero.
A vacina que é direcionada para as meninas que moram ou estudam no município, foi uma solicitação da prefeitura que fez o investimento de mais de R$1 milhão na aquisição de cerca de 4500 doses. São três fases de vacinação. A segunda dose deve ser tomada com 60 dias depois. Já terceira dose, deve aguardar um período de 180 dias após a 1ª dose. “O objetivo da campanha é tornar a vacinação eficaz. É preciso vacinar essas meninas, antes mesmo que elas iniciem a vida sexual. Mas isso não impede que elas venham a manter regularidade na prevenção com exames”.
Ainda segundo Marília Fontoura, além de imunizar 1500 mulheres no município, a ação visa fazer um estudo dos efeitos e custos da vacina em grandes populações, já que no estado só é disponibilizada em clínicas particulares que cobram entre R$150 a R$200.
“Como o município tem uma boa arrecadação, foi possível disponibilizar essa vacina para as mulheres. Em paralelo foram feitas parcerias entre a Secretaria de Saúde do Estado que está dando apoio técnico e com o Ministério da Saúde que vai financiar o estudo da doença e prevenção.”
Doença – O HPV é um dos vírus mais comuns no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada cinco mulheres é portadora desse vírus que é responsável pelo registro de 137 mil novos casos por ano no país. Na Bahia ainda não foi desenvolvido nenhum estudo que mensure, em números, o impacto desse agente infeccioso.
Mari Celeste Moraes, ginecologista e especialista em colo do útero, afirma que basta apenas um toque entre os órgãos sexuais para que seja transmitido o vírus. “O HPV tem predileção pelo tecido genital, gosta de regiões úmidas e quentes, que são suscetíveis ao contágio”, completa. Ela desmistifica, ainda, que homens não possam contrair o vírus. Alguns acreditam que são apenas veículos de transmissão, mas segundo Mari, os parceiros desenvolvem lesões idênticas as das mulheres.
“Os homens se mostram mais resistentes do que as mulheres. Cerca de 40% a 60% infectados, não apresentam verrugas ou sintomas aparentes e acham que não são portadores do vírus. Por ter um canal longo, a uretra, ele pode apresentar lesões internas ou até mesmo na próstata, ficando mais difícil a detecção.”
As lesões que levam ao câncer no colo são assintomáticas, ou seja, não apresentam corrimentos, coceiras ou outros sintomas e só é detectado através do exame Papanicolau, que pode ser feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) ou em clínicas particulares especializadas. Já as outras infecções causam verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como “crista de galo”.
Vacinas – Existem dois tipos de vacina que são comercializadas no país para os vírus da família Papilomaviridae. Uma é a quadrivalente que previne contra os tipos HPV-16 e HPV-18, presentes na maioria dos casos de câncer de colo do útero e a bivalente que combate os tipos HPV-6 e HPV-11, mais comuns nos casos de verrugas genitais.
Ainda segundo a ginecologista, tanto mulheres como homens entre 12 a 26 anos devem tomar a vacina por ser um grupo mais vulnerável à contaminação. Mesmo as mulheres que desenvolveram a doença e passaram por um tratamento (tópico, com laser ou cirúrgico) devem tomar a vacina para evitar uma segunda contaminação pelo mesmo tipo de HPV.
Tratamento e prevenção – Apesar Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) ainda não disponibilizar a vacina gratuitamente, as pacientes podem optar regularmente pelo exame preventivo, o Papanicolau. Mas a melhor forma de se prevenir contra as infecções causadas pelo HPV é o uso de preservativos (camisinhas) durante a relação sexual.
Tanto as infecções que apresentam verrugas ou as sem lesão aparente são tratadas de forma tópica (local) com uso liquidos destrutivos, com cirúrgica para a retirada das verrugas ou com laser, tratamento mais caros e pode custar R$1 mil por sessão.
Serviço:
Clínica Dr. Mari Celeste Moraes
Complexo Odontomédico Itaigara
Ed. Louis Pasteur, sala 108
71 3351 9861
As informações são do Ibahia.