O pedreiro era acusado de matar seis jovens em Luziânia, cidade goiana no entono do Distrito Federal.
Segundo informações do IML, não havia no corpo do pedreiro marcas de perfuração. Além disso, o exame toxicológico não constatou a ingestão de nenhuma substância. O laudo oficial deve ficar pronto em dez dias e o corpo deve ser liberado para a família em dois ou três dias.
A Corregedoria da Polícia Civil de Goiás investiga a morte do pedreiro, com o acompanhamento do Ministério Público do estado.
O delegado responsável pelo inquérito, Josuemar Vaz de Oliveira, afirmou que a polícia acredita que Adimar tenha cometido suicídio, mas que a corregedoria vai investigar o caso porque a morte ocorreu dentro de uma delegacia estadual.
Josuemar não soube informar se o pedreiro será enterrado em Luziânia, cidade onde ele morava.
O delegado também disse que a morte de Adimar não deve atrapalhar as investigações sobre o assassinato dos adolescentes e que a polícia continua a trabalhar com a hipótese de que o pedreiro cometeu os seis crimes sozinho.
Morte
De acordo com a delegada-titular da Denarc, Renata Cheim, eram 12h45 de domingo quando outros presos pediram que os policiais de plantão fossem até a carceragem.
Os detentos, que ocupam uma cela vizinha ao cubículo de três metros quadrados onde Adimar estava isolado, tinham acabado de ter uma longa conversa com o pedreiro. Encostado na grade de sua cela, Adimar contara, friamente, detalhes dos assassinatos que cometera. De repente, ele parou de falar e ligou o chuveiro.
O repentino silêncio do pedreiro e o som da água batendo direto no chão e ecoando no corredor onde minutos antes se ouvia o relato do assassino chamaram a atenção dos 12 detentos amontoados na cela próxima. Assim que os plantonistas chegaram, encontraram o corpo de Adimar. "Os presos chamaram e, quando os policiais chegaram na carceragem, viram que ele estava morto", disse a delegada.
Adimar da Silva estava dependurado na grade da pequena janela que serve para arejar a cela. Para se enforcar, disse a delegada, o pedreiro usou o viés do colchão que lhe fora entregue assim que chegou à carceragem.
Pelos relatos que a delegada ouviu dos demais presos, Adimar começou a planejar o suicídio na véspera.
De Luziânia, a mãe de um dos garotos mortos, Valdirene Fernandes da Cunha, lamentou a morte do pedreiro porque, vivo, ele poderia contribuir para elucidar o que acredita ainda não estar bem explicado.
"Eu acredito que ele não cometeu esses crimes todos sozinho", disse. "Mas, se ele se matou mesmo é porque tinha certeza de que não teria o perdão", emendou a analista de contas, evangélica da Assembleia de Deus.
Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), integrante de uma comissão do Senado que foi a Goiânia tomar o depoimento de Adimar, houve falha do poder público. "É difícil impedir uma pessoa que quer se matar, mas nesse caso, mais uma vez o Estado falhou", afirmou.
Com informações da Agência Brasil e Agência Estado.