Feira de Santana

Acusado de atear fogo em comerciante vai responder por homicídio duplamente qualificado

O acusado se apresentou à polícia acompanhado por dois advogados e foi ouvido pelo delegado João Uzzum.

Andrea Trindade

Prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (22), na Delegacia de Homicídios, Gerônimo Navarro da Silva Filho, conhecido como Júnior ou Cabelinho, acusado de atear fogo e matar o comerciante Manoel Carlos Santana, 61 anos. O crime aconteceu no estabelecimento da vítima, na tarde do último sábado, em Feira de Santana.

Júnior se apresentou à polícia acompanhado por dois advogados e foi ouvido pelo delegado João Uzzum. O acusado responderá por homicídio duplamente qualificado e o delegado já representou pela prisão preventiva do mesmo. No entanto, a mesma não pode ser cumprida imediatamente por conta da Lei Eleitoral (caput do art. 236), que proíbe a prisão até 48h horas após as eleições, salvo se o acusado tivesse sido preso em flagrante – o que não aconteceu neste caso.

Júnior afirma que não tinha premeditado o crime e que agiu de “cabeça quente”. O advogado Antônio Onofre disse que o acusado está arrependido e optou por não falar sobre o líquido inflamável usado no crime.

“Ele veio se apresentar para mostrar sua boa fé e contribuir com a percepção criminal do delito. Ele acabou tendo uma discussão com o Sr. Manoel e a partir daí gerou todo esse problema. Foi uma coisa de momento. Ele discutiu a respeito de um documento da casa, entraram em desavença e acabou gerando o que gerou. No calor do momento ele agiu sem pensar e não tinha noção do que estava fazendo. Ninguém era alvo dele. Ele não queria matar ninguém”, disse o advogado.

O delegado João Uzzum disse ao Acorda Cidade que o acusado confessou o crime, mas foi contraditório em seu depoimento.

“Ele deu detalhes na versão dele e disse que agiu sozinho. No entanto, as imagens das câmeras de segurança são muito claras no sentido de afirmar que ele agiu com outro homem. Júnior afirmou que entrou no comércio de Sr. Manoel com o objetivo de conversar com Dona Vera (esposa da vítima) e, no entanto, não a encontrando, teria iniciado uma discussão com o comerciante, e após isso algemou o mesmo com algemas plásticas que teria encontrado no comércio. Ele disse também que ateou fogo no estabelecimento, vindo o fogo a atingir a vítima. Obviamente essa versão não convenceu a polícia. Esse cidadão planejou o crime, premeditou esse crime. É um absurdo se considerar que em um comércio onde vende frango assado seriam encontradas algemas plásticas. Ele comprou essas algemas, planejou, levou o produto inflamável e após imobilizar braços, mãos e pernas da vítima, derramou álcool sobre a vítima e ateou fogo. Ele praticou um homicídio duplamente qualificado e agora vai responder por isso”, declarou o delegado.

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Manoel Carlos morreu na tarde de domingo (19), no Hospital Geral Clériston Andrade, onde estava internado desde a tarde de sábado, quando foi torturado, e teve 99% do corpo queimado na distribuidora de frangos, de sua propriedade, localizada na Avenida João Durval.

Informações  e fotos do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

 

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