Fotos: Victor Sousa
Desespero, angústia, revolta, impotência. Estes são os sentimentos que tomam conta de alguém que tem a casa invadida pelas águas de chuvas misturadas a detritos da rede de esgotamento sanitário, como a jornalista Aparecida Machado. Nos últimos dois dias ela tem convivido com esta realidade, sem ter a quem apelar.
Apenas alguns minutos de chuva são suficientes para que a sua casa, número 35, rua H, na primeira etapa do Conjunto Feira IX, seja ponto de escoamento da tubulação da Embasa. Junto com a água fétida, a casa é invadida por ratos, baratas e toda espécie de sujeira que vem da rede de esgoto. O problema atinge também outras casas da rua.
De acordo com a jornalista, que mora com a mãe de 97 anos de idade, o problema é antigo, mas os estragos se acentuaram há dois anos, quando foram realizadas obras de infra-estrutura na rua Tomé de Souza. “A partir daí, toda água que vem do Jardim Cruzeiro segue por uma tubulação em frente de minha casa”, informou.
Técnicos da prefeitura estiveram no local, constataram o problema, nas segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, José Pinheiro, a questão é um desnivelamento da rua e que provoca a saída da água no local. A solução seria a construção de um canal de macro-drenagem.
Quanto às águas que invadem a casa, Pinheiro disse que é responsabilidade da Embasa, pois trata-se de água de esgoto. Ele sugeriu que a empresa instale uma válvula de contenção na porta da residência, para impedir o retorno do esgoto. A jornalista já está decidida a recorrer ao Ministério Público para tentar solucionar o problema.
“O técnico da Embasa disse que cabe a mim, como proprietária, fazer a contenção da água de chuva e somente depois disso a empresa poderá analisar qualquer intervenção”, disse Aparecida. Ela questiona a necessidade do projeto exigido. “O que tem a ver a água da chuva que cai na minha varanda com o esgoto que invade a minha casa?”
Madalena de Jesus