Lula nega favorecimento em repasses para Bahia

Lula negou que o governo tenha favorecido a Bahia em detrimento do Rio de Janeiro em repasses para a prevenção de enchentes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quinta-feira (8) que o governo tenha favorecido a Bahia em detrimento do Rio de Janeiro em repasses para a prevenção de enchentes. Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Secretaria Nacional de Defesa Civil, subordinada ao Ministério da Integração Nacional, mostra desequilíbrio na distribuição de recursos destinados para ações de prevenção a desastres entre 2004 e 2009.

O Rio de Janeiro e seus municípios receberam apenas 0,65% da verba liberada no período. A Bahia, no mesmo período de 2004 a 2009, recebeu R$ 133,2 milhões, ou 37,25% dos recursos liberados.

Segundo Lula, quem fez a denúncia precisa provar a irregularidade ao ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, que é baiano e foi responsável pela liberação da verba. Geddel deixou o cargo na semana passada para poder concorrer ao governo da Bahia nas eleições de outubro.

O presidente defendeu o ex-ministro. “Não é verdade, conversei com Paulo Bernardo [ministro do Planejamento], Erenice Guerra [ministra da Casa Civil]. O Geddel, como é deputado agora, acho que tem que chamar quem fez a denúncia para essa pessoa provar que ele fez aquilo. Não é possível diante dessa tragédia alguém dizer uma leviandade dessas”, disse Lula

O relatório que aponta desequilíbrio na distribuição de verbas foi feito por uma equipe de auditores do TCU, a pedido do Congresso, para avaliar a eficiência das ações da defesa civil brasileira devido à demora no atendimento às vítimas das enchentes de 2008 em Santa Catarina. Nesta quarta-feira, o plenário do TCU aprovou o relatório com várias determinações para sanar os problemas apontados na auditoria.

Geddel disse mais cedo que estranhou o fato de o TCU ter decidido votar o relatório na semana em que acontecem as enchentes no Rio de Janeiro. Segundo ele, as obras de macrodrenagem que poderiam amenizar os problemas do Rio estavam a cargo do Ministério das Cidades.

“Tem muita gente querendo aparecer no Jornal Nacional. Não vamos transformar uma tragédia em instrumento de disputa política. Podem perguntar ao governador e ao prefeito do Rio de Janeiro. Tudo o que foi pedido pelo estado foi atendido”, afirmou o ex-ministro da Integração.

O presidente acusou críticos do governo de se aproveitarem da tragédia no Rio para fazer política. “Eu acho pobre nesse país é que as pessoas esperam acontecer uma desgraça dessa magnitude para ficar tentando fazer joguinho político pequeno”, afirmou.

Nesta quinta, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que vai ingressar no Ministério Público Federal com um pedido de apuração da aplicação das verbas federais para prevenção de desastres. (As informações são do G1).

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