Laiane Cruz
Entrevista
Professor da FGV fala sobre aspectos da Inteligência Emocional
Ele esteve na manhã de hoje (9) no Acorda Cidade para falar sobre o assunto.
O professor de pós-graduação MBA na Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Waldo Camurça, ministrou nesta quinta-feira (8), na unidade da instituição em Feira de Santana, uma palestra sobre Inteligência Emocional na Gestão de Pessoas e Negócios. Ele esteve na manhã de hoje (9) no Acorda Cidade para falar sobre o assunto.
Acorda Cidade- O que é Inteligência Emocional?
José Camurça- A Inteligência Emocional foi um tema muito trabalhado pelo autor Daniel Goleman. Ela está baseada em três grandes fatores. O primeiro fator é saber controlar as emoções, porque a palavra emoção quer dizer em movimento com a ação, e nós vivemos o tempo todo nos movimentando. O segundo fator é a sociabilidade, a flexibilidade, a empatia. Quanto mais o ser humano é aceito por tribos diversas, mas Inteligência Emocional ele tem, porque a pior característica do negociador é a intransigência, isso mostra falta de inteligência. E nas relações interpessoais a pessoa intransigente demais acaba sozinha. É preciso aceitar as diferenças, saber validar os outros, se fazer respeitar, se fazer ouvir e saber ouvir. Tudo isso faz parte da Inteligência Emocional.
Acorda Cidade- Por que hoje está muito difícil gerenciar pessoas?
José Camurça- Essa pergunta é interessante porque houve um ‘boom’ no Brasil no crescimento e a oferta de emprego aumentou muito, de universidades e cursos técnicos. Aumentou a quantidade, mas a qualidade caiu muito, e às vezes em um aluno existe a carência em se expressar e saber responder uma questão de prova. E as empresas hoje tem dificuldade de contratar pessoas para exercer determinadas funções e terminam colocando pessoas que não estão totalmente capacitadas. E os erros e as ingerências têm sido cada vez maiores por falta de experiência. Há necessidade de um rigor muito maior nas universidades, que estão sendo abertas; essas macrouniversidades sem controle de conteúdo acadêmico.
Acorda Cidade- O senhor fala de inovação como forma de competitividade. De que forma isso pode ser feito?
José Camurça– Inovação é a gestão da criatividade. Você cria com o lado direito do cérebro e você gere com o lado esquerdo. Então só inova quem sabe gerir a criatividade. Crie mais faça acontecer.
Acorda Cidade- Será que as pessoas estão deixando de ser escravas do poder devido ao acesso à informação?
José Camurça– Hoje não existe como esconder nada. Antes tudo era muito feito para que não aparecesse. Hoje, devido ao poder da liberdade de informação, da facilidade das mídias de massa, e também das redes sociais, estamos vivendo um momento interessantíssimo. Quanto mais compartilhada a informação, mas gente tem poder. Essa que é a ideia. Por exemplo, pessoas que têm todo o segredo da empresa: é perigosíssimo. Porque se essa pessoa vai para a concorrência, o que ela pode fazer com essas informações? Informação quanto mais diluída melhor, sem dúvida.
Acorda Cidade- O mercado tem hoje uma deficiência de encontrar vendedores, e por isso o atendimento não está bom. E agora?
José Camurça– Existe um certo preconceito sobre vendedor, e há um conceito de que o vendedor é picareta, malandro, puxador. Isso não é um profissional de vendas, ele é diferente daquele que vai ser vendedor enquanto arranja uma coisa melhor. Porque todos nós somos vendedores. A gente está o tempo todo vendendo e comprando. A primeira negociação que a gente faz na vida é assim que nasce, me dá o peito cheio de leite ou ninguém sossega nessa casa. Então a gente aprende logo o provérbio ‘quem não chora, não mama’. Isso é técnica de vendas. Aí você dá o peito cheio de leite e aprende o segundo provérbio: ‘é dando que se recebe’. Ou seja, se você quer fidelizar um cliente, que a coisa mais difícil é isso, dê um bom atendimento, porque a diferença hoje está no bom atendimento.
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