Daniela Cardoso
A prefeitura de Feira de Santana está montando um camarote para a Micareta em frente a uma empresa, que fica localizada ao lado dos Correios, na Avenida Presidente Dutra, circuito da festa. O proprietário da empresa, Alexandre Bahia, está insatisfeito com a situação e vai ajuizar uma ação contra a prefeitura.
“Eu acho a Micareta uma festa muito bonita, mas acho que deveriam avaliar e ver o direito de cada cidadão, porque com esse camarote atrapalha nosso trabalho, não tem estacionamento. O camarote tem fins lucrativos e a gente que paga impostos, que paga IPTU, paga nossos empregados, tem que abrir mão dos nossos direitos em detrimento de quatro dias de festa, por isso meu advogado vai entrar com uma ação em favor de me proteger contra um eventual prejuízo”, afirmou.
Segundo o proprietário da empresa, apesar da festa só durar quatro dias, ele vai ter prejuízo durante cerca de 20 dias, já que a estrutura é montada com antecedência e só é retirada alguns dias após a festa.
“Eu tenho duas lojas, mas uma delas vou fechar na quarta e só reabro na segunda à tarde. Para se ter ideia, só para fechar a loja gastamos 2 mil reais para a proteção do patrimônio, além de ter que ficar sem as atividades durante o período. Com a loja que eu tenho ao lado dos Correios, a situação é mais complicada. Meu IPTU é 10 mil reais, eu quero saber quem vai pagar. Além disso, tem o aluguel da loja, a folha dos funcionários. Serão 20 dias de loja sem movimento, pois as pessoas não terão acesso”, disse.
O secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Jailton Batista, disse que entende a posição do empresário, mas que não é só ele que está sendo prejudicado com a montagem dos equipamentos para a realização da Micareta na Avenida Presidente Dutra.
“Todo cidadão tem direito de reivindicar seus interesses, mas tem que imaginar também que a festa é pública e estamos fazendo ocupação na via pública, onde o poder público pode utilizar. Outros comerciantes compreendem que a festa é maior que o interesse individual. É nesse sentido que temos que pedir a compreensão dos empresários. Quando acontece um grande evento em qualquer lugar, há a interdição de ruas”, afirmou.
O secretário destacou que a prefeitura não tem como deixar de usar o espaço. “A única coisa que podemos fazer, é pedir para que seja o último lugar a ser montado o camarote e o primeiro a ser desmontado, para que os problemas sejam reduzidos”, acrescentou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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