Câmara Municipal

Instituto que recebeu título de utilidade pública da Câmara não existe, atesta comissão

A honraria foi concedida pela Casa há mais de um ano, através do projeto de lei 22/2013, de autoria do vereador Edvaldo Lima

Orisa Gomes

O Instituto Bambu, que recebeu da Câmara Municipal de Feira de Santana o título de utilidade pública, não existe. A revelação foi feita na sessão desta quarta-feira (12) por uma comissão instituída pelo presidente da Casa, Justiniano França, que esteve no endereço onde deveria haver a instalação da entidade e encontrou uma casa de festas. A honraria foi concedida pela Casa há mais de um ano, através do projeto de lei 22/2013, de autoria do vereador Edvaldo Lima.

“Fomos até a rua Vasco Filho, número 320, no bairro Serraria Brasil, e encontramos um espaço de eventos, onde mora um senhor evangélico. Ele disse que o endereço da sua residência foi utilizado para esse instituto, que não existe, e que o edil Edvaldo Lima já tinha utilizado o espaço para fazer reuniões”, ressaltou o vereador Alberto Nery, que integra a comissão com os colegas Isaías de Diogo e Eli Ribeiro.

Isaías de Diogo acrescentou que o senhor que recebeu a comissão disse que parte do grupo que pertence ao suposto Instituto Bambu é de Santo Estevão e outra de Feira de Santana. Também informou que o instituto chegou a apresentar um projeto no valor de 500 mil reais, mas o recurso não foi liberado. “A Casa não pode parar por aqui. Isso é caso de polícia, porque se tiver coisa errada, tem que punir essas pessoas”, frisou.

Transferência de responsabilidade

Edvaldo Lima, por sua vez, transferiu a responsabilidade ao presidente do instituto, a quem ele denominou apenas de Roberto. O edil alegou que foi procurado por ele e simplesmente fez o projeto para conceder o título. “Não tenho nenhum envolvimento com o Instituto Bambu. Aprovamos (o projeto), daí para frente nem sei onde o presidente anda, é ele que tem que responder e não Edvaldo Lima. A Câmara de Vereadores tem o poder de caçar o título e eu entendo que isso é o que deve acontecer para que essa Casa não fique manchada”, amenizou.

A declaração foi imediatamente rebatida pelo vereador Reinaldo Miranda, que acredita que como autor do projeto de lei, o colega Edvaldo Lima também deve responder pelas irregularidades. “Tem responsabilidade, sim. Jamais eu posso trazer um instituto sem saber como funciona, quem são seus diretores, presidente e a instalação”, criticou.

Conforme Justiniano França, assim que a Câmara receber o relatório apresentado pela comissão, vai tomar as providências cabíveis. O presidente da Casa instituiu a comissão, após receber a denúncia de que o Instituto Bambu é falso.

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