O policial civil Evaristo Santana Filho, 40, que confessou ter atirado quatro vezes contra a mulher Luciana Machado Souza, 29, após uma discussão no domingo, descansa na casa de parentes, em Lauro de Freitas, próximo ao Loteamento Solar União, em Portão – local em que moravam e onde Luciana morreu.
Após se apresentar na segunda à noite, na Corregedoria da Polícia Civil, Evaristo foi ouvido e liberado. O crime aconteceu três dias após o casal oficializar união, no Fórum de Lauro de Freitas. Plantonista do Centro de Operações Especiais (COE), Evaristo deve voltar ao trabalho na sexta, em serviços administrativos, caso não haja medida de afastamento. As armas do policial foram enviadas para perícia.
“Pedi a remoção dele da unidade. Não somos coniventes”, garante o coordenador do COE, Jardel Peres. Além do inquérito policial, Evaristo vai responder a medidas administrativas e ficará afastado das ruas. A corregedora-chefe da Polícia Civil, Regina Célia Sampaio, disse que não há corporativismo e que Evaristo está solto porque a prisão se justifica apenas em caso de flagrante ou mandado judicial.
“Estamos cumprindo a lei. Concordo com a revolta. Mas quando o autor se apresenta espontaneamente para ser processado não cabe prisão. Ele confessou o crime e deve ser excluído da corporação, já que está em estágio probatório”, explicou Regina.
Com medo da impunidade, a família da estudante de direito procurou ontemo Ministério Público Estadual. O advogado de Evaristo afirmou que o policial está em estado de choque e sob cuidados psiquiátricos. “Ele não lembra do que aconteceu e tem chorado muito. Estava deprimido há um mês”, contou Vivaldo Amaral.
(Notícia publicada na edição impressa de 27/01/2010 do Correio)