Mas as estrelas do longa são da nova geração: Sophia Abrahão, Bella Camero, Malu Rodrigues e Clara Tiezzi. E, no papel do paizão, que era ouvidos, ombro e colo a qualquer hora, o experiente Paulo Gustavo dá lugar a Cassio Gabus Mendes.
Cinema
Sucesso da década de 90, Confissões de Adolescente ganha as telas do cinema
O filme é inspirado no seriado de mesmo nome com 40 episódios da TV Cultura, que, por sua vez, foi baseado no livro homônimo de uma das atrizes da série, Maria Mariana
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Qualquer mulher na faixa dos 30 anos, com certeza, lembra-se muito bem do quarteto formado por Diana, Bárbara, Natália e Carol – interpretadas, respectivamente, por Maria Mariana, Georgiana Góes, Daniele Valente e Deborah Secco. Saídas diretamente do diário de Maria Mariana para o teatro e a TV, com estrondoso sucesso, Confissões de Adolescente estreia sexta nos cinemas – com novas protagonistas, é claro.
Febre nos anos 90, os números impressionam: lançado em 1992, o livro vendeu 200 mil exemplares. A peça ficou em cartaz por 20 anos, atraiu 1 milhão de espectadores e reuniu um time de atrizes do calibre de Ingrid Guimarães, Carolina Dieckmann, Luana Piovani e Gabriela Duarte. A série de TV estreou em 1994, na Cultura e, posteriormente, na Band, reunindo 40 episódios.
Agora, 20 anos depois, o seriado que conquistou uma geração ganha as telas com direção de Cris d’Amato e Daniel Filho, o mesmo que adaptou os escritos para a TV, e conta com as quatro protagonistas originais – todas já acima dos 30 – em participações afetivas.
Puberdade
Os típicos conflitos da adolescência e os ritos de passagem ainda são os mesmos: primeiro beijo, virgindade, términos de namoro, escolha da profissão. Mas acrescidos de uma nova forma de, digamos, confessar: as redes sociais.
O Facebook tem papel de destaque no filme, quase despontando como protagonista. “Com toda essa evolução tecnológica e a facilidade da internet, a forma de se expressar não é mais pelo diário e, sim, pelo Facebook. Mas os sentimentos são os mesmos”, garante Cris D'Amato.
Mãe de dois filhos adolescentes – uma menina de 19 e um garoto de 17 -, ela recomenda que os pais também assistam ao filme. “Pra mim, foi tão prazeroso ter revisitado tudo o que passei na minha adolescência. Acho importante, hoje, como mãe, assistir a isso e fazer a conexão com alguma situação do filme; aproveitar esses toques de coisas que a gente também viveu e passar pros filhos”.
Seu parceiro na direção concorda: “O dialeto deles não tem mais o ‘e aí, beleza?’, ‘morou, bicho?’. Também houve uma mudança de comportamento muito grande nestes 20 anos, mas não uma mudança de sentimentos nos adolescentes”.
Para adaptar o linguajar ao dialeto da moçada do século 21, Daniel Filho conta que contratou uma empresa de pesquisa, que consultou duas mil pessoas sobre o que esperavam de um filme chamado Confissões de Adolescente: “Também conversei muito com as atrizes, sendo até meio indiscreto mesmo, perguntando sobre a primeira vez, o primeiro beijo, para entrar mesmo no universo deles”.
Pois, ao que tudo indica, a empreitada foi bem-sucedida. O longa fala a língua dos jovens e abusa (no bom sentido) das referências da moda. Um bom exemplo é a participação de Clarice Falcão na trilha sonora. Gabriel Totoro, seu colega do canal de YouTube Porta dos Fundos, também faz uma ponta no filme. E, para suspiro das teens, os galãs Thiago Lacerda e Caio Castro surgem em cena, sem camisa.
E, a propósito, grande parte do elenco do filme, entre personagens de destaque e secundários, estrela a novela global Malhação. O programa, inclusive, foi o primeiro da Rede Globo dirigido, especificamente, ao público teen. Coincidência ou não, foi lançado um ano após o boom de Confissões, em 1995.
Identidade
“É um filme de jovem, feito pra jovem”, destaca Sophia Abrahão, 22 anos. “Tivemos muita liberdade de colocar gírias e nossas palavras no texto, para não ficar algo marcado, artificial”.
Apesar de não ter sido público do seriado – ela tinha apenas 3 anos quando o programa estreou na TV -, Sophia, como boa representante da sua geração, assistiu a alguns episódios na internet: “É referência pra qualquer atriz. O Daniel que aconselhou não ver tudo, porque ele queria uma construção nova do personagem, e não se basear naquele universo já construído pra série nos anos 90”.
Sua relação com Confissões estreitou mesmo em 2009, quando estrelou a peça ao lado das também colegas de filme, Clara Tiezzi e Bella Camero. “Não tinham personagens pré-estabelecidos, eram vários esquetes, que iam mudando. Então, tinha horas em que eu fazia o pai, a mãe; era bem diversificado”, conta. No longa, entretanto, ela assume o papel da autora do livro, Maria Mariana, que filmou os bastidores para transformar em documentário.
Com previsão de lançamento para o início de 2015, e produzido especialmente para a TV, o registro percorre os 21 anos de trajetória do projeto Confissões de Adolescente, fruto do diário escrito por Mariana dos 10 aos 19 anos.
“Tivemos um maior convívio com ela (Maria Mariana) por causa das filmagens do backstage pro documentário, que levanta esse diálogo sobre a adolescência, o que mudou, o que é ser jovem. E ela deu uma contribuição bem legal pra gente”, lembra Sophia.
A atriz, escritora e roteirista, hoje com 40 anos, casada e mãe de três meninas e um menino (a mais velha está com 13 anos), está fora dos holofotes há dez anos. Em 2009, lançou o livro Confissões de Mãe, preservando o tom confessional de Confissões de Adolescente que, inclusive, ganhou reedição, nesse mesmo ano de 2009, com texto revisado pela própria e a inclusão de ilustrações originais do seu diário. As informações são do Correio.
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