O governador da Bahia, Jaques Wagner, esteve na rádio Sociedade AM, na manhã desta sexta-feira (27) para conceder uma entrevista ao programa Acorda Cidade e fazer uma avaliação do seu terceiro ano de mandato. Ele falou sobre o andamento de diversas obras, especialmente na região de Feira de Santana, e também sobre alguns investimentos e perspectivas para 2014. Após a entrevista, o governador seguiu para a inauguração de 520 unidades do residencial Solar Jardim das Oliveiras, um empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida. Confira a entrevista:
Jaques Wagner: Ao longo desses sete anos de governo chegamos a 555 mil novos empregos gerados na Bahia. Hoje temos no estado 500 novos investimentos, sendo 400 novas empresas e 100 novos investimentos de modernização ou ampliação. Conseguimos isso tendo regras claras, conversando com empresários, viajando para vender a Bahia lá fora. Nós remoçamos o polo petroquímico e incentivamos novos investimentos. Essa é uma das áreas que mais me alegram. Isso é o que vale, pois a Bahia apresenta a menor taxa de desemprego.
AC: Qual é a perspectiva de crescimento para o estado da Bahia no próximo ano?
Jaques Wagner: Esse ano a Bahia cresceu acima da média nacional. Na área industrial puxamos o crescimento com 5,8%, praticamente seis vezes mais que o crescimento nacional. A perspectiva continua sendo boa, pois temos uma economia diversificada. Nós temos agricultura familiar, passamos pelo agronegócio, pelo serviço e turismo, e temos um parque industrial. Uma área que está crescendo muito é a de mineração. O nordeste todo, durante os governos de Lula e Dilma, está crescendo muito e principalmente a Bahia. No turismo, acabamos de licenciar mais 22 voos internacionais a partir de Salvador, e estou esperando o desenvolvimento do aeroporto de Feira, que vai se transformar em um ponto de distribuição de voos regionais, pelo potencial que a cidade tem. Eu creio que nossa economia do ano que vem pode crescer em torno de 3%. É óbvio que eu queria que crescesse mais, mas temos que ir com calma e melhorar nossa infraestrutura. Eu sou otimista e tenho o pé no chão.
AC: E o que aconteceu com a obra do Aeroporto de Feira?
Jaques Wagner: Infelizmente na vida pública algumas coisas não são fáceis. É muita burocracia. De quando fizemos a concessão, foram cinco meses na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para a liberação das intervenções. Eu vou licitar em janeiro o acesso para o aeroporto, que ainda não será o definitivo, já que iremos criar um novo acesso. Pelo contrato, o concessionário tem sete meses para começar os voos. Serão voos regionais de passageiros e cargas. Eu não tenho dúvida nenhuma de que, quando o aeroporto tiver em condições de recepcionar, isso vai acontecer. Já tem uma empresa que tem interesse em desenvolver a linha Campinas-Feira de Santana, mas ainda não posso revelar o nome.
AC: E os investimentos na segurança pública?
Jaques Wagner: A segurança tem problemas e eu sou o primeiro a reconhecer, mas também temos o que comemorar. Feira de Santana teve uma queda de 25%, em 2013 em relação a 2012, dos homicídios. Isso significa mais de 100 vidas humanas que foram poupadas. Na média baiana vamos ter uma redução de, em média, 10% e isso já é um caminho. As pessoas têm que entender que não existe uma solução mágica para resolver esse problema. Segurança é um problema sério, mas estamos trabalhando. São 12 mil policiais novos contratados, renovação da frota de carros e tenho uma expectativa positiva em relação a 2014.
AC: E sobre o pagamento da URV (Unidade Real de Valor), tem previsão?
Jaques Wagner: Parece que finalmente começa a ter uma luz no fim do túnel. Eu vou dizer o que sempre disse: não posso fazer nada enquanto não tiver uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), pois essa questão está em julgamento praticamente no Brasil inteiro. Um primeiro julgamento já foi realizado e vai seguir de base para todos os outros. Já foi estabelecida a validade da URV, dizendo que ela vale até a primeira lei posterior ao advento do real, então eu já tenho uma base. Antes da sentença do STF, eu não posso fazer nada, pois também tenho que respeitar as leis.
AC: Quais são os investimentos na área de saúde?
Jaques Wagner: Eu quero comemorar a primeira cirurgia de coração pediátrica da história do interior baiano, que foi realizada pela equipe do Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana. Isso para mim é uma glória. Tem problemas na saúde? Tem. Mas estamos preparando o novo Clériston Andrade, pois a atual estrutura não aguenta mais. Nossa intenção é construir um novo prédio ao lado do HEC. Desse modo, o prédio atual vai ficar menos abafado. Esse ano foi um ano duro e tive que segurar um pouco alguns projetos que eu tinha, por falta de verba. Tivemos momentos de muito aperto, mas agora em dezembro a situação já está muito melhor e o novo hospital de Feira ainda está em meus planos.
AC: A Bahia está tendo um grande crescimento turístico de negócios. Temos estrutura para receber esses eventos?
Jaques Wagner: A obra do centro de convenções de Feira de Santana está estimada para terminar em maio de 2014. Depois que tiver pronto, a ideia é chamar um operador privado para operar, porque senão fica muito na política e não anda direito. Para o centro de convenções de Salvador, estou preparando uma, pois o equipamento precisa ser ampliado e melhorado, e em janeiro a licitação deve ser feita. Temos ainda a Fonte Nova, que até a Copa do Mundo, tem que estar à disposição da Fifa, mas no local terá dois grandes restaurantes, salas de reunião e ali conseguiremos fazer convenções reunindo até 8 mil pessoas.
AC: A ponte Salvador-Itaparica é uma realidade?
Jaques Wagner: É uma realidade. Quem está tratando do projeto é uma consultoria internacional das mais respeitadas no Brasil, e estamos em fase de complementar todos os estudos preparatórios para a licitação. A minha perspectiva é de que no último trimestre de 2014, eu possa fazer a licitação e dar a ordem de serviço. Essa obra, que está estimada em 4 a 5 anos, será para o próximo governo e serão investidos mais de 6 bilhões de reais. Essa obra vai representar uma mudança substantiva em toda geografia da nossa capital e do recôncavo. São 12 quilômetros de ponte, que será uma das maiores do mundo. Está tudo caminhando dentro do que a gente previa.