Laiane Cruz
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Um grupo de mulheres, cujos filhos necessitam de acompanhamento psiquiátrico, realizou esta semana uma manifestação em frente ao Hospital Especializado Lopes Rodrigues, situado na Avenida Presidente Dutra, em Feira de Santana. Elas são contra o fechamento da unidade hospitalar.
De acordo com uma das manifestantes, identificada apenas como Andreia, a secretaria de saúde informou que elas deveriam procurar o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), porém, segundo ela, o local não tem condições de atender a demanda dos filhos delas, pois foram inscritos na lista de espera sem previsão de quando poderá surgir uma vaga.
“E os nossos filhos vão ficar sem tratamento? Crianças que se ficarem sem remédio e sem consulta com o psicólogo ficam agredindo e querem até matar a gente que somos as próprias mães, e vamos fazer o que?”, questionou a mãe, informando que o filho recebe no Lopes Rodrigues atendimento com o neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e pedagogo, e que o Caps não oferece esses serviços.
Outra mãe, Raimunda Trindade de Souza, explicou que o filho tem problemas de hiperatividade, e que foi informada pela direção que as verbas são direcionadas para a prefeitura, que tem o dever de arcar com essas despesas, e que por causa disso o hospital será fechado.
Já Sandra Stella, moradora de Mairi, tem uma filha que sofre retardo mental, e é trazida por ela para realizar consultas no Hospital Especializado. Desesperada, ela pediu que os governantes atendam às solicitações delas, pois não têm condições de pagar consultas nas unidades de saúde particulares, citando o exemplo do neurologista que custa em média R$ 300. “A gente ganha um salário mínimo e não tem condições de pagar”, afirmou.
Descentralização
Em resposta às reclamações, o deputado estadual Zé Neto, líder do governo na Assembleia Legislativa, confirmou que o município está recebendo recursos da saúde para fortalecer o atendimento dos Caps, para onde deverão ser encaminhados os pacientes do Hospital Especializado Lopes Rodrigues e os atendimentos ambulatoriais. Ele acrescentou que o local deverá se tornar um hospital geral para atendimentos mais urgentes, e que atualmente conta com 78 pacientes internos e 178 moradores.
E de acordo com a diretora geral da unidade, Iraci Leite, em entrevista a um programa de rádio da cidade, o que está ocorrendo no Hospital Lopes Rodrigues é um ‘desmame’. Segundo ela, estão sendo feitos estudos de viabilidade para que os pacientes que se dirijam ao local sejam referenciados para os seus municípios de origem, a exemplo da cidade de Itapetinga que já recebeu 10 desses pacientes.
“Nós hoje temos um ambulatório adulto e um infanto-juvenil. O que estamos fazendo é um estudo de viabilidade para conhecermos a nossa população, de que municípios eles estão vindo. Esses pacientes serão encaminhados para os seus municípios de origem, de forma responsável, para que não aconteça uma descontinuidade dos seus tratamentos. Nós vamos acompanhar, mesmo depois da transferência deles, como ele estão sendo atendidos nos seus municípios”, explicou Iraci.
Ela informou também que a partir de 2014 os pacientes cadastrados na unidade, que retornarem para receber medicamentos, receberão um histórico da medicação que estão tomando e da situação deles, para os seus municípios de origem façam o acolhimento nas próximas consultas.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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