Polícia

'Sonhava entrar para o batalhão', diz parente de PM que morreu após teste

Quatro policiais tiveram sintomas de mal-estar durante prova física na BA. Um deles morreu e outros 3 estão internados. Caso foi em Lauro de Freitas.

Acorda Cidade

"Nós não entendemos o que aconteceu, queremos saber o que houve. Ele estava em plena forma física, não tinha problemas de saúde, não bebia, não fumava. Como um homem vai morrer em uma corrida de 10 km?".
 
O questionamento feito por Toni Moreno, irmão do soldado que morreu após realizar um teste para participação no Curso de Operações Policiais Especiais (Copes) da Polícia Militar na Bahia, mostra a indignação da família após morte do policial. Manoel Reis Freitas, de 34 anos, passou mal juntamente com outros três PMs durante Teste de Habilidade Específica (THE), realizado em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, na terça-feira (17).
 
O soldado chegou a terminar o teste, que consistia em uma corrida de 10 km, mas apresentou sintomas, como náuseas, e foi levado para o Hospital Menandro de Farias. Ele foi transferido para o Hospital Aeroporto, onde morreu na noite de terça-feira (17). Nesta quarta (18), familiares foram até o Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo do soldado. Ele será sepultado na quinta-feira (19), às 10h, na cidade de Valença, Baixo Sul do estado.
 
O Copes é um curso destinado a capacitar policiais às atividades de operações especiais de alto risco. Segundo a Polícia Militar, "todo candidato se inscreve voluntariamente e é obrigado por força de edital a realizar uma bateria de exames médicos de ordem laboratorial e cardíacos, e ainda apresentar atestado médico indicando estar apto para a realização de testes de esforço físico".
 
"Meu irmão teve convulsão e chegou no hospital já respirando com a ajuda de aparelhos. No hospital fizeram teste toxicológico e não deu nada. É muito estranho", afirma Toni Moreno. Manoel deixa filha e esposa. Ele era lotado da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) – Macaúbas. 
"Em Macaúbas, todo mundo do batalhão estava feliz por ele. Era importante para o batalhão que alguém de lá estivesse fazendo o teste. Era uma honra", acredita a tia Maria das Neves.
 
Os familiares contam ainda que Manoel tinha nível superior e sonhava entrar para o batalhão. "Nós sabemos do risco dele morrer por causa de tiros, mas morrer por causa de uma corrida de 10 km nós não entendemos. Ele estava muito contente, feliz por ter passado nas outras fases do teste. Ele queria crescer dentro da polícia", afirma Toni Moreno.
 
Estado de saúde
 
Dois policiais militares que participaram do teste permanecem internados com quadro de saúde considerado grave nesta quarta-feira (18). O quarto PM acometido por mal-estar foi transferido de UTI para enfermaria de um hospital particular, segundo informou a assessoria da Polícia Militar. 
Este paciente permanece consciente e em observação. Todos estão em unidades particulares de saúde que não tiveram os nomes revelados pela assessoria da PM.
 
Caso
 
A avaliação foi realizada no quartel do Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas. Ao todo, 67 PMs participavam da ação. Segundo a Polícia Militar, dos quatro PMs que tiveram sintomas de náusea somente um conseguiu concluir a prova.
 
A PM informou que o soldado que morreu "apresentou quadro de insuficiência renal, sendo acometido de uma parada cardíaca". O corpo dele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para identificação da causa da morte.
 
Os policiais que passaram mal pertencem à Companhia Independente de Policiamento Especializado do Cerrado (CIPE), 81ª CIPM/Itinga, 4ª CIPM/Macaúbas e do 12º Batalhão de Camaçari. As informações são do G1.
 
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