Feira de Santana

Comissão Estadual da Verdade começa a ouvir vítimas da Ditadura Militar em Feira

Além do juiz aposentado Antonio Pinto dos Santos, o economista Hozanah Leite e do professor Luciano Ribeiro, foram ouvidos o advogado Celso Pereira e o comerciante Sinval Galeão, que é coordenador da subcomissão, entre outros.

Laiane Cruz

A Comissão Estadual da Verdade instalou seus trabalhos na manhã desta quinta-feira (31). O objetivo da comissão é resgatar a verdade histórica das vítimas do regime militar, que ocorreu entre 1964 a 1984. Os depoimentos estão sendo colhidos no auditório do Colégio Luiz Eduardo Magalhães. Os trabalhos da foram iniciados às 9h e prosseguiram até as 5h.
 
O primeiro a depor foi o juiz aposentado Antonio Pinto dos Santos, irmão do deputado Chico Pinto. Ele fez um relato das perseguições sofridas por Francisco Pinto, durante o regime militar e deu detalhes das ações dele em 1963. Ele contou que em 1964 quando o golpe se instalou vários professores e pessoas da comunidade foram presas.
 
O terceiro a depor, o economista Hozanah Leite informou que no período que antecedeu à Ditadura Militar ele lutou nas ruas, como estudante, e após se tornar bancário, nos movimentos sindicais. “Muitos companheiros nossos foram presos”, disse.
 
 
Já o professor Luciano Ribeiro, atual vice-prefeito, iniciou o seu discurso contando o que trouxe sua família a Feira de Santana: a derrota de seu pai nas eleições para prefeito da cidade de Cícero Dantas, em 1962, pelo partido ODN (quem se elegeu foi o Padre Renato Galvão, que era do PSD). “E aquela vontade de fazer política deixou em mim algumas sementes, e aqui eu comecei a fazer política justamente no Movimento Estudantil, na Associação Feirense dos Estudantes Secundários, que teve uma participação muito grande no governo de (Chico) Pinto”, relembrou.
 
De acordo com ele, o golpe de 64 desestabilizou os movimentos estudantis da época. Ele contou que durante a campanha educacional do escritor Paulo Freire, ele foi um dos coordenadores, o que propiciou a sua perseguição pelos agentes da ditadura. “Em 64, quando estourou o golpe o meu quarto estava cheio de projetores de slides, todo o material da campanha estava lá, e a polícia foi buscar”, afirmou, acrescentando que se elegeu vereador na época, e por conta dos seus discursos respondeu a diversos inquéritos.
 
Além do juiz aposentado Antonio Pinto dos Santos, o economista Hozanah Leite e do professor Luciano Ribeiro, foram ouvidos o advogado Celso Pereira e o comerciante Sinval Galeão, que é coordenador da subcomissão, entre outros.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários