Feira de Santana

Após apreensão de cerca de uma tonelada de carne, veterinário alerta sobre perigos

A apreensão foi feita nas feiras livres dos bairros Sobradinho e George Américo, neste domingo (13).

Daniela Cardoso

Ordenadas pelo Ministério Público Estadual, fiscalizações apreenderam cerca de uma tonelada de carne nas feiras livres dos bairros Sobradinho e George Américo, neste domingo (13), em Feira de Santana. O objetivo foi fiscalizar se os comerciantes estavam respeitando a Portaria 304, do Ministério da Agricultura, que determina que para ser oferecida ao consumidor a carne deve ser resfriada.
 
Outras duas fiscalizações já haviam sido realizadas na cidade: a primeira, no Centro de Abastecimento, onde quase quatro toneladas de carne foram apreendidas, e a segunda no bairro Cidade Nova, onde cerca de 500 quilos foram apreendidos. 
 

(Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)
 
O médico veterinário  Erivaldo Nogueira, que acompanhou as fiscalizações de domingo, relatou que muita carne clandestina, sem procedência nenhuma, estava à venda nos locais fiscalizados. Ele contou que chegou a ver, até mesmo, cachorros disputando as carnes penduradas, que seriam vendidas para os seres humanos. 
 
Erivaldo Nogueira chamou a atenção para os perigos do consumo de carnes clandestinas ou mal refrigeradas. Segundo ele, toda carne que não passa por uma fiscalização, é considerada clandestina e traz riscos para a saúde do consumidor, assim como as carnes mal conservadas.
 
“É comum animais que morrem de gangrena gasosa serem aproveitados, em parte, para fazer carne do sol, por isso a importância de saber a procedência. Existe também a outra situação, que é: mesmo quando o animal é inspecionado, a carne ser vendida fora de um balcão frigorífico que deve ter a temperatura de 4° a 7° graus”, informou o veterinário. 
 
Ele explicou que a carne de um animal abatido, duas horas depois da morte, começa a entrar em estado de putrefação. Desse modo, enzimas, que são chamadas de cadaverina, começam a estar presentes na carne. 
 
“Observados que depois de certo tempo, a carne vai inchar, depois vai ficar dura, depois rígida e em seguida voltar a amolecer. Após cinco horas, essas enzimas começam a aparecer, então ao invés da pessoa estar ingerindo carne, vai ingerir cadáver e muitas bactérias. É por isso que existe nossa preocupação, pois uma pessoa que consumir essa carne pode até morrer”, ressaltou. 
 
De acordo com Erivaldo, todas as pessoas que comercializam qualquer tipo de carne têm que se adequar à lei, vender a carne conforme manda a legislação e zelar pela saúde do cliente. “Infelizmente sempre tem pessoas vendendo carnes clandestinas e mal acondicionadas. Esses alimentos que estão sendo apreendidos oferecem riscos à saúde pública”, alertou, acrescentando que as carnes serão encaminhadas para o aterro ou para a graxaria de abatedouros, para serem misturadas a outros resíduos e virar sebo.
 
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.