Uma manifestação tomou a entrada do setor de fisioterapia do Hospital Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana, na manhã desta terça-feira (15). Pacientes que dependem do serviço protestaram contra a suspensão dos atendimentos, marcada para o próximo dia 30 de abril. A preocupação é grande, pois segundo os manifestantes, muitos ainda não sabem se e quando o serviço será retomado.
Os pacientes, em sua maioria idosos e pessoas com doenças crônicas, relataram o impacto que a possível interrupção dos atendimentos pode causar, como Cinelândia da Silva Barbosa, que disse em entrevista ao Acorda Cidade, que o hospital abriga boa parte dos atendimentos.
“Estamos aqui porque vai fechar a fisioterapia do Dom Pedro, mas a gente não sabe para onde a gente vai. Porque a Funcionale está lotada, a Fisiosaúde está lotada, a Tomba está lotado, as fisioterapias estão todas lotadas. As pessoas estão ligando e já não tem mais vaga. Para onde a gente vai? Me diz aí, seu secretário.”
Ela também faz um apelo, pedindo que, caso o fechamento seja mesmo necessário para reforma, que o atendimento não seja interrompido.
“Que desloquem a gente para outro lugar e que tenha a equipe do Dom Pedro com a gente para a gente fazer uma fisioterapia digna. Porque pessoas com fibromialgia, com problema na coluna, problema na cabeça, problema no pé, problema na boca. E não tem solução. Quem tem dor tem pressa. Quem tem dor quer se cuidar”, declarou a paciente ao Acorda Cidade.
Antônio Edmilson dos Santos, atendido há dois anos no setor, também reclamou sobre a sensação de insegurança diante da suspensão do serviço e os transtornos para conseguir o atendimento.
“A gente já não tem o cartão de passagem. É um sacrifício para vir aqui. No Tomba fechou. Só tem na Casa de Saúde Santana, eu passei agora, tem uma fila imensa. O único lugar que a gente tem é aqui.”
Sueli Barbosa de Jesus, que mora no bairro Queimadinha, frequenta o serviço há seis anos e também cobra uma resposta.
“Poderia botar a gente em outro local. Não falar que vai reformar e deixar a gente sem dar nenhuma satisfação. Como é que fica a gente? Seis anos aqui, vai para onde?”, questionou.
A preocupação se estende também à zona rural. Moradora do distrito de Maria Quitéria, Antônia da Silva Santos é atendida há três anos e fala da dificuldade para se deslocar para a sede.
“Me desloco de lá para cá. E sem dinheiro para transporte, às vezes, é uma dificuldade. Eu preciso dessa fisioterapia.” Antônia realiza de três a quatro sessões por semana para tratar da fibromialgia que afeta a lombar e a cervical.
O que diz o HDPA
Ao Acorda Cidade, a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, mantenedora do Hospital Dom Pedro de Alcântara, informou que o serviço de fisioterapia passará por interrupção em decorrência da reforma do prédio.
Tanto os pacientes quanto a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo encaminhamento das pessoas atendidas, foram avisadas com antecedência. Os pacientes serão acolhidos e atendidos em outras unidades credenciadas do município.
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