Domingo de Ramos marca início da Semana Santa em Feira de Santana: “A salvação de Deus passa necessariamente pela cruz”

Com ramos nas mãos, passos firmes e corações cheios de fé, centenas de fiéis se reuniram neste domingo (13), em Feira de Santana, para celebrar o Domingo de Ramos, rito que marca o início da Semana Santa e rememora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

A celebração do Domingo de Ramos teve início no Colégio Padre Ovídio, com a tradicional “Bênção dos Ramos”, primeiro rito litúrgico do dia. Foi dali que os fiéis saíram em procissão, conduzindo ramos e entoando cânticos pelas ruas, até a Catedral Metropolitana de Santana. A solenidade seguiu na igreja, ainda nas primeiras horas da manhã, reunindo pessoas de todas as idades, crianças, jovens, adultos e idosos, movidas pela devoção e pelo desejo de renovar a espiritualidade neste tempo de Quaresma.

“É o domingo em que fazemos nossas, a vida, a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus. É o momento em que nós compreendemos que a salvação de Deus passa necessariamente pela cruz”, afirmou o arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro.

Segundo Dom Zanoni, a data não representa apenas o início da Semana Maior, mas também um chamado ao cuidado e à solidariedade entre as pessoas. Este ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”; “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

“Hoje é o Dia Nacional da Fraternidade, da coleta nacional. E nossa Igreja já agradece tanto o serviço, o Fundo de Solidariedade, que nos ajudou tanto em tantos projetos. E agora cada um, cada irmão, cada pessoa é chamado a participar de maneira generosa dessa coleta, que vai servir para os pobres. Seguir os passos de Jesus, fazendo a vontade do Pai, cuidando de cada homem, de cada mulher, de cada criança”, completou.

Domingo de Ramos

Além do aspecto litúrgico, o Domingo de Ramos também reforça valores que atravessam gerações. Para o pároco da Catedral de Santana, padre Paulo, a celebração relembra momentos cruciais da vida de Jesus.

“A Semana Santa é a Semana Maior, quando iremos fazer a memória e reviver os grandes fatos e acontecimentos da vida de Cristo. Também chamado de Domingo da Paixão, faz memória à entrada de Jesus em Jerusalém. Foi acolhido com glória, com louvores e hinos. Porém, aqueles mesmos que acolheram Jesus na entrada de Jerusalém, chamando-o de Rei, na Sexta-feira Santa estavam gritando para que Ele fosse crucificado. Então, hoje é o início de um grande caminho que Jesus irá percorrer: de amor, de entrega, de morte, porém, de vitória e salvação”, explicou.

Segundo padre Paulo, a Palavra de Deus diz que, quando Jesus entrou em Jerusalém, as pessoas tomaram os ramos de oliveira, deitaram os ramos e panos no chão para que Jesus pudesse passar. Então, eles fazem memória a essa simplicidade de Jesus. “Significa exatamente isso: os ramos que aquele povo deitou no chão no dia em que Jesus entrou em Jerusalém, antes de todo o seu suplício, entrega e morte de cruz.”

Testemunhos de Fé e Devoção

Entre os fiéis, histórias de fé e devoção emocionam. Terezinha Conceição Soares, de 66 anos, moradora da Vila Olímpica, acordou antes das 5h para se preparar espiritualmente. “Eu acordei, faltava 10 para as 5, para tomar banho, para me arrumar, para vir agradecer a Deus pelo dia de hoje, o Domingo de Ramos, que dá força à gente, a Semana Santa com muita paz, muita luz, muita bênção na vida da gente, na nossa família, por tudo que Ele oferece à gente”, disse.

Para Terezinha, o momento é de muitas bênçãos, celebrando o domingo na presença do Filho de Deus. “Todo dia você está na presença do Senhor, servindo a Ele. Hoje é o Domingo de Ramo, da Quaresma, o trilho, a gente agradecer a Ele por tudo na nossa vida”, completou.

Já Maria Vanda dos Santos, de 77 anos, participou do Domingo de Ramos pela décima vez desde que chegou a Feira de Santana, em 1971.

“Dia de sexta eu não como carne, nem sexta, nem quarta. Eu vou logo me preparando. Há 40 semanas, a Semana Santa, o jejum, eu faço todo ano. Vale a pena o sacrifício, porque Deus fez por nós e a gente tem que fazer por Ele”, afirmou.

Em meio às palmeiras, cânticos e orações, o Domingo de Ramos segue sendo uma celebração que resiste ao tempo. Ele conecta tradição e fé, reforçando o compromisso com o próximo e com os ensinamentos de Jesus, aquele que, segundo as Escrituras Bíblicas, entrou em Jerusalém não com imponência, mas na simplicidade, montado em um jumentinho, como relembrou Dom Zanoni. “Não foi um rei como os romanos, mas aquele que cuida, que zela, que se preocupa com as pessoas.”

A Semana Santa segue com programações especiais em diversas paróquias da cidade, conduzindo os fiéis rumo à Páscoa, a celebração da ressurreição e da vida plena de Jesus Cristo.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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