Cultura

Praça do Cordel foi atração disputada na VI Feira do Livro

O cordelista Jurivaldo Alves da Silva, 76 anos, caracterizado do cangaceiro Curisco, o Diabo Loiro, destacou a importância da Feira.

Roberta Costa

A praça do Cordel na VI Feira do Livro buscou valorizar a cultura da Literatura de Cordel, apresentando trabalhos de diversos artistas, com a presença de folheteiros, cordelistas e repentistas. 
 
O cordelista Jurivaldo Alves da Silva, 76 anos, caracterizado do cangaceiro Curisco, o Diabo Loiro, destacou a importância da Feira.
 
“É um espaço que nos ajuda a desenvolver e divulgar o Cordel, mostrando aos mais jovens que o Cordel é uma riqueza. Mesmo quem não gosta da história, tem que saber seu conteúdo”, diz ele que aprendeu a ler através do Cordel.


 
Cangaço – Pesquisador da história do Cangaço, Jurivaldo disse que, iniciou suas pesquisas com o Cordel.
 
“Quando começou, o Cordel era informativo, em forma de folhetim. Foi a partir daí que comecei a ler e pesquisas a história do Cangaço, que existiu, não é mentira, fanatismo e nem incentivo ao banditismo. Eu participo do filme ‘Foi assim no Sertão’, que conta a história do Cangaço ou então daqui há 10 anos ninguém vai saber a história de Lampião, por exemplo, que não foi o primeiro, mais foi um dos últimos cangaceiros, inteligente, rápido e valente. A juventude precisa ter conhecimento da realidade do Cangaço”.
 
Curisco, o Diabo Loiro – No filme, Jurivaldo vive Curisco, que passa de Cangaceiro a Volante (polícia particular contratada pelo governo para perseguir Lampião). “Ele traiu o bando e passou para o outro lado por 50 mil contos de reis, mas fui morto antes de capturar Lampião”.
 
Um pouco da história é retratada no Cordel “Lampião: Entre o Amor e o Cangaço, que ele fez em parceria com Patrícia Oliveira. Veja um trecho:
 
Nosso Brasil é um país
Que é repleto de riqueza
Mas como em todo lugar
Também existe a pobreza
Quem tem muito não divide,
Porque é demais a avareza.
 
Para o rico não interessa
Se pobre possui poupança,
Uma conta na bodega,
Ou se tem alguma herança,
Seu poder não contagia
E o pobre é quem sempre dança.
 
Cordel para Crianças – O professor e cordelista Nivaldo Cruz é autor do Cordel “A lição dos Animais”, que faz parte do Projeto Poesia Popular Infantil.
 
“O Cordel retrata a identidade cultural nordestina e, por isso, é importante para o  desenvolvimento das crianças. A criança convivendo com a sua identidade desde cedo, conhece e sabe suas raízes. Um povo com identidade não é dominado. E o Cordel é importante justamente por isso, para despertar desde cedo a paixão das crianças pela cultura nordestina”, pontuou o autor. Leia um trecho de “A Lição dos Animais”:

Tempo bom era
Quando o bicho falava
Vivia tudo na paz,
Ninguém brigava,
Todos eram unidos
Um ao outro ajudava.
 
 
 
 
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