Feira do Livro

Faltam intérpretes: alunos surdos fazem apelos por melhoria na educação

No Colégio Municipal Professor Joselito Amorim, há apenas uma interprete para atender a todos os alunos com necessidades especiais.

Roberta Costa

“Estou amando tudo, visualizando vários materiais de estudo e aprendizado, que podem desenvolver o meu intelectual”, disse em linguagem de sinais o aluno surdo Felipe Lima da Silva, que cursa a 8ª série no Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota.
 
Acompanhado da professora e Intérprete de Libras Elizangela Vasconcelos, ele e outros colegas que possuem a mesma deficiência estiveram na manhã da última sexta-feira (13) na VI Feira do Livro, que acontece na Praça João Barbosa de Carvalho, a Praça do Fórum, em Feira de Santana.
 
No entanto, apesar do momento agradável de percepção de novas formas de aprendizado, Felipe não escondeu a preocupação com a qualidade do ensino que recebe nas aulas. “É muito difícil, não temos intérpretes suficientes e sabemos o quanto é importante a leitura para o nosso desenvolvimento social.”


 
Da mesma escola, Jefferson de Lima Barreto, 7ª série, explicou que na turma dele tem intérprete, mas em outras não. “Os professores estão parando por falta de pagamento e nós ficamos prejudicados por falta de profissionais.”
 
No Colégio Municipal Professor Joselito Amorim, há apenas uma interprete para atender a todos os alunos com necessidades especiais. A afirmação é da aluna Jéssica Pires, que cursa a 5ª e 6ª série. “Temos salas com 3 ou 4 surdos e apenas uma professora intérprete para a escola toda”, lamentou Jéssica.
 
Mãe de Gislaine de Queiroz Jesus, 16 anos, que também estuda no Municipal, Tânia de Queiroz Jesus acredita que a presença do intérprete de libras é importante para o desenvolvimento da criança. 
 
“Os parâmetros curriculares das libras devem ser seguidos. Não adianta colocar o surdo para assistir aula apenas como ouvinte, sem seguir os padrões. Eu concordo com a inclusão social, agora é preciso que se tenha profissionais capacitados para ajudar os alunos. Se não tiver intérprete não adianta. É como se eu e você estivéssemos assistindo televisão sem áudio. Como vamos escutar e entender o que estão falando? O surdo precisa da ajuda da comunidade feirense. Eles estão sofrendo.”
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