Homem desacordado abre os olhos ao receber visita de parente no Recife

A sobrinha do homem que estava há 18 dias desacordado visitou, nesta quarta (11), a unidade de saúde onde o tio está internado, desde 24 de agosto, no Recife. A supervisora de vendas Ana Carla Moreira chegou hoje de Salvador, onde vive parte da família de José Reginaldo Vale do Espírito Santo, 51 anos. "Nós estávamos procurando por ele há oito anos. Foi uma situação ruim, mas foi assim que Deus nos ajudou a encontrá-lo, foi um alívio. Eu o abracei, orei, disse que ele não estava mais só, e ele abriu os olhos, meio agoniado, e respondeu com um choro", contou.

 

De acordo com Ana Carla, a última vez que a família viu José Reginaldo foi no velório da mãe dele, em fevereiro de 2005. Desde então, eles buscam notícias do parente, que naquela época já morava no Pará. A sobrinha soube que o tio estava internado no Hospital da Restauração (HR), na capital pernambucana, por meio de uma reportagem exibida em um telejornal de Feira de Santana (BA), na última terça (10).

"Nosso sonho era encontrá-lo. Agora, estamos pensando em transferi-lo para Salvador ou Feira de Santana, onde moram meus tios, porque aqui ele está longe de nós, e a despesa é muito grande", explicou a sobrinha do homem.

 

Ana Carla vai preencher uma ficha médica e autorizar que o tio passe por exames mais complexos, como uma ressonância magnética. Nesta quarta, o paciente foi transferido da emergência para a enfermaria clínica. No momento em que a reportagem do G1 estava no quarto, José Reginaldo chegou a abrir os olhos e se contorceu enquanto a sobrinha pedia para que ele falasse algo. Ao perguntar onde doía, ele colocou a mão na cabeça, mas nenhuma palavra foi dita e voltou a dormir.

 

De acordo com o HR, ele foi encontrado inconsciente e com o pé quebrado em um hotel de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, no dia 24 de agosto. Na ocasião, foi socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Curado e depois transferido para a capital pernambucana. A equipe médica disse que ele abriu os olhos pela primeira vez nesta quarta, mas ainda está bastante sonolento.

 

Segundo a assistência social do HR, há um protocolo para pacientes não identificados, que está sendo seguido à risca, apesar das peculiaridades do caso. Geralmente, espera-se 48h até que o paciente acorde para buscar informações de onde ele reside e localizar a família. Nesse caso específico, o paciente não acordou. As poucas informações que o hospital tinha sobre o homem foram retiradas de documentos encontrados em uma pasta, junto com ele. Lá, havia carteira de identidade, certidão de nascimento e papéis do Ministério do Trabalho. Ele trabalhava como encanador até junho, na usina de Belo Monte (Pará). As informações são do G1.