A Caixa e o Banco do Brasil anunciaram nesta quinta-feira (17) crédito de R$ 3 bilhões para o financiamento de motocicletas de até 150 cc (cilindradas). A iniciativa para movimentar o setor de motocicletas afetado pela restrição de crédito é feita em parceria com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo).
Do total investido, R$ 200 milhões são de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e R$ 2,8 bilhões serão colocados à disposição dos consumidores pelos bancos federais.
O financiamento será feito diretamente nas revendedoras de motos por meio dos bancos parceiros como o Votorantim e PanAmericano.
De acordo com as instituições financeiras, o foco no segmento de 150 cc é justificado por representar 90% dos veículos comercializados. Ainda serão avaliadas ações para aumentar a oferta de consórcio, modalidade de pagamento que representa 32% das vendas do setor.
Presente no evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou também a isenção da cobrança do Cofins sobre as motos dessa categoria até 31 de março do ano que vem. “Entendemos que este setor ainda enfrenta crise”.
Mantega afirmou ainda que o Brasil voltou à rota do crescimento sustentável. “Ainda há problemas a serem equacionados, como o setor de motos, mas o nível de emprego subiu. E emprego é igual a salário, que é igual a renda, que é igual a consumo e é igual a mercado robusto, diz.
Queda nas vendas
Segundo balanço da Abraciclo, divulgado no dia 10, o mês de novembro fechou com baixa de 16,6% nas vendas de motocicletas para o mercado interno, na comparação com outubro, para 121.875 unidades, e de 16% na produção, com 115.946 unidades fabricadas. Essa foi a segunda queda consecutiva, já que outubro havia apresentado números 2% inferiores a setembro.
De acordo com o presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, era esperada a retomada das vendas nos últimos três meses, mas a dificuldade na aprovação de crédito afeta a venda de motocicletas. O retorno da cobrança do Cofins também era apontado por Takeushi como inibidor de vendas. “A procura continua alta, mas os negócios concretizados não seguem a intenção de compra”, disse.
Para resolver o problema da liberação de crédito no varejo – especialmente para o público que adquire motos de baixa cilindrada — o presidente da Abraciclo defende a cobrança de taxas de juros menores por parte dos bancos e que estes diminuam as exigências nos cadastros de pessoa física.
Afetado pela crise mundial, o setor duas rodas já acumula retração de 31,1% na produção, de novembro de 2008 a novembro de 2009. Mas a Abraciclo mantém o otimismo com base na demanda crescente. O mercado de motocicletas deve fechar o ano com 1,49 milhão de unidades produzidas, diante de 2,126 milhões de 2008, e de 1,56 milhão de motos comercializadas – no ano passado foram mais de 1,879 milhão.
Para 2010, a entidade prevê uma retomada do crescimento, com aquecimento já no primeiro trimestre de 2010. “Existe a perspectiva de que fechemos o ano que vem com números em vendas para o mercado interno 15% maiores do que os registrados em 2009”, afirma Takeuchi.
Informações são do G1.