Deputada flagrada recebendo dinheiro se sente a vontade em responder processos

Alvo de dois pedidos de cassação, a líder do governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputada Eurides Brito (PMDB), afirmou nesta segunda-feira que não teme responder a processos por quebra de decoro parlamentar.

Flagrada colocando dinheiro na bolsa em um dos vídeos da investigação do suposto esquema de corrupção na base do governador José Roberto Arruda (sem partido), a deputada disse que nem todos têm moral para propor a perda de mandato.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) protocolou hoje a segunda representação contra a líder do governo. A outra foi proposta pela Mesa Diretora, como uma resposta à crise.

"Eu, pessoalmente, sou a favor de que quando se tem uma dúvida, que se investigue sobre todos os canais. Agora, nem todas as pessoas têm moral para pedir abertura de processos. Que venha três, que venham dez [processos] porque eu vou responder a todos", disse

A deputada evitou avaliar se sente à vontade para votar os pedidos de e impeachment contra o governador, mas sinalizou que não vê impedimentos, como sustentou a OAB. "Vocês vão conhecer a cada momento o que eu farei. Quando tiver meu nome envolvido, eu não estarei presente, mas minha consciência é que vai dizer a cada momento o que devo fazer", afirmou.
A deputada afirmou que está tranquila para enfrentar os processos. "Estou bem, dormindo bem. O que me faz sofrer é não poder abrir a boca porque meu advogado recomendou não falar nada. É uma questão de ética com a Justiça, mas estou ansiosa para dizer tudo que tenho a dizer", disse.

Além da líder do governo, a OAB também pediu a cassação de outros dois dos oito parlamentares citados no inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de corrupção.

"É preciso fazer política com ética. Os mandatos estão incompatibilizados com a vontade popular e a compatibilização é o afastamento dos que estão em desacordo com a ordem pública", disse o presidente da OAB, Cesar Britto.

A entidade representou contra o presidente licenciado da Câmara local, Leonardo Prudente (DEM), que se afastou do cargo por causa da denúncia; Júnior Brunelli (PSC), corregedor licenciado; e a líder do governo, Eurides Britto (PMDB). Contra Benício Tavares (PMDB), Rogério Ulysses (PSB), Roney Nemer (PMDB), Ayton Gomes (PMN) e Benedito Domingos (PP), a OAB deve protocolar representações ao longo da semana.

Também são citados no inquérito os suplentes Berinaldo Pontes (PP) e Pedro do Ovo (PRP), mas que não serão representados porque não estão exercendo o mandato.

Corregedoria

A Corregedoria já notificou quatro parlamentares da representação da Mesa: Eurides, Nemer, Ulysses e Benedito Domingos.

Eles têm até o próximo dia 25 para entregarem suas defesas. Após a entrega da defesa, o corregedor terá 15 dias úteis para analisar os documentos e entregar o relatório para votação na Comissão de Ética. Por lá, haverá indicação de relator e um novo prazo para defesa.

Se o pedido de cassação for aprovado na comissão, segue para análise do plenário.

Informações da Folha Online

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