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A candidíase é causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida, que faz parte do microbioma vaginal natural, mas pode se proliferar em certas condições, causando o desconforto e os sintomas característicos da candidíase.
De acordo com Suzana Lessa (@drasuzanalessa_), afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Niterói, ginecologista atuante em endocrinologia e nutrologia, especialista em reposição hormonal, no Carnaval os casos podem aumentar, porque todo o cenário do ritmo de curtição do carnaval pode contribuir.
“Durante essa época, as mulheres podem exagerar no álcool, comer mais besteiras (principalmente coisas cheias de açúcar e carboidratos), dormem pouco, o que gera estresse e fadiga para o organismo, atentando a imunidade. Além disso, passar horas com roupas molhadas ou justas, suando no calor, biquíni molhado, tudo isso cria um ambiente úmido e quente – tudo que a Candida adora. Sem falar no aumento da frequência de relações sexuais, que pode desequilibrar a flora vaginal e facilitar o aparecimento da infecção”, explica.
Alimentação e consumo de álcool são fatores de risco
A ginecologista diz que o consumo excessivo de álcool e carboidratos refinados e açúcar pode, sim, aumentar o risco de candidíase. Isso acontece porque o fungo Candida , que já vive em nosso corpo, se alimenta principalmente de açúcar. Então, quando há exagero no consumo desses alimentos e bebidas, cria-se o ambiente perfeito para o fundo se proliferar.
Uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais como frutas, verduras, proteínas e gorduras boas (tipo abacate, azeite e castanhas), ajuda a manter o pH vaginal regulado e fortalece o sistema imunológico. Além disso, alimentos fermentados, como iogurte natural, kefir e kombucha são ótimos porque contêm probióticos, que ajudam a equilibrar as bactérias boas no corpo, dificultando a proliferação do fungo.
Por outro lado, excesso de açúcar, álcool e ultraprocessados pode causar inflamação no organismo, desregular o microbioma intestinal e vaginal e aumentar o risco não só de candidíase, mas também de outras infecções.
Sintomas
Os principais sintomas são:
- Coceira intensa na região íntima;
- Corrimento branco e espesso, tipo queijo cottage ou leite talhado, mas sem odor forte;
- Ardência ou queimação, principalmente ao urinar ou durante a relação sexual;
- Vermelhidão;
- Inchaço.
Caso sinta alguns destes sintomas, evite calcinhas apertadas e sintéticas, mantenha uma boa higiene íntima, evite papel higiênico, preferindo lavar a vagina sempre que for ao banheiro, mas atenção ao sabonete. Utilize sabonetes neutros e apenas para a região vulvar. Melhore a alimentação, reduzindo açúcares e bebidas alcoólicas. E busque se consultar com o seu médico para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.
Prevenção durante o Carnaval
Para não passar desconforto durante a folia, evite exagerar no açúcar e carboidratos refinados, vá sempre alternando água e outras formas de hidratação com a bebida alcoólica, dê uma atenção especial ao sono e descanso. E não descuide da higiene íntima, evite ficar com biquíni molhado por muito tempo, use calcinhas respiráveis como as feitas de algodão, e, claro, use camisinha. Se aparecer coceira, ardência ou corrimento esbranquiçado, vale procurar um médico logo para tratar antes que piore.
A candidíase não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas pode, sim, ser transmitida durante relações sexuais, especialmente se um dos parceiros já estiver com o fungo em desequilíbrio. Além de buscar um médico para iniciar o tratamento, é importante evitar relação sexual desprotegida durante a infecção e tratamento, indica Suzana.
Tratamento durante o Carnaval
Se a candidíase surgir durante o Carnaval, existem algumas formulações em óvulo vaginal em dose única na farmácia, mas é sempre importante consultar com o médico para uma conduta personalizada. Automedicação pode levar a resultados indesejados, finaliza ginecologista.
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