Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um Jacaré andando nas imediações da Lagoa Grande, em Feira de Santana. O que para muitos parece um caso curioso, para os moradores da região já tem se tornado uma rotina encontrar um animal silvestre andado por lá. Em entrevista ao Acorda Cidade, Januário Ferreira, que mora há 35 anos próximo à lagoa, contou que já conhece bem o cotidiano dos “bichinhos”.
Ele relembra que há anos atrás, a Lagoa Grande era uma grande taboa. Após a revitalização do entorno, os animais surgiram com mais presença entre as ruas da localidade, e claro, que os moradores acabaram tomando conta deles.
“Há anos atrás ninguém via essa água, como está vendo hoje, ninguém também sabia que tinha jacaré aqui dentro. Foi aí que despertou a curiosidade dos moradores e mais gente, foi quando descobriu o jacaré aqui. De lá pra cá nós olhamos eles, se eles estiverem fora da lagoa, tangemos, ele volta para o mesmo recinto. Não é um bicho que ataca o povo, ele só ataca, claro, na hora que mexe no ninho dele, dependendo da causa, do espaço dele, caso contrário, ele não mexe com ninguém”, contou Seu Januário, que disse não ter medo dos animais, mas prefere e indica evitar tentar pegar no bicho.
“Ele não faz medo. A gente não vai chegar de junto dele, botar a mão, porque sabe que o animal, ele se defende. Mas ele não faz mal a ninguém, nunca pegou pessoas, nunca pegou bichos, nunca pegou nada aqui”.
Segundo o morador, devem morar na Lagoa Grande aproximadamente 50 jacarés, mas eles não costumam sair do ambiente deles, de vez enquanto, um ou outro aparece com sua graça para chamar atenção de quem passa.
“Às vezes acontece aparecer um, assim por acaso, perdido, mas aí logo a gente liga para o bombeiro, ele vem e coloca no local. Aqui fica todo mundo tranquilo, a gente não tem medo, não. E se eu ver alguém jogar alguma pedra, alguma coisa, eu reclamo. Não faça isso, deixe ele viver à vontade. Nunca invadiu residência”.
Apesar de viver em harmonia com os jacarés, Seu Januário relembra que em 2022, surgiram mensagens de que os animais estariam sendo maltratados, mas da parte dos moradores do bairro, isso não aconteceu.
“Da segurança ao lazer todo mundo brinca, passa, olha, se está fora da lagoa, liga para o menino que trabalha aqui na lagoa, ele coloca dentro de novo. Se tiver em algum lugar liga para o bombeiro, eles vem traz para dentro, mas nunca teve problema nenhum. O que poderia fazer era o seguinte, cada bueiro desse aqui tivesse uma tela, para que ele não viesse a passar por aquele bueiro e seguir para o outro lado, mas se hoje colocar uma tela, a lixarada que vem na água vai atrapalhar e a água não vai passar e vai alagar o povo, então a única maneira é dividir o espaço dele, uma localidade que ele possa ficar, sem chegar próximo”, declarou.
A intimidade com os bichos é tanta que até apelidos eles ganharam, como o ‘Artuzão’ que já faleceu, mas segundo Seu Januário, foi o maior que já teve na lagoa.
“Inclusive, o corpo de bombeiro levou que ele teve uma briga com outros animais. Ele foi escolhido porque era o único que aparecia para o povo, os outros não apareciam, por isso que ele tinha esse nome de Artuzão”.
Veja o vídeo:
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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