Saúde

Especialista em comportamento infantil fala dos desafios para o diagnóstico de TDH e autismo no Brasil

Apesar dos desafios serem constantes, Thiago Gusmão enxerga que os passos estão sendo dados na direção certa.

médico neurologista Thiago Gusmão
Médico Neurologista Thiago Gusmão | Ney Silva/Acorda Cidade

Com o aumento do diagnóstico de autismo, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDH) e transtornos de desenvolvimento, o desafio para capacitar profissionais, especialmente no setor da educação, é grande no Brasil. O especialista em comportamento infantil, o médico neurologista Thiago Gusmão, que participou da Jornada Pedagógica 2025 na cidade de Serra Preta, afirmou que a maioria das escolas no país não estão capacitadas para receber esse público.

“O Brasil é muito grande e são poucas prefeituras que estão levando treinamento. O autismo e o TDH é quase 90% sem assessoramento, sem inclusão, então a situação é precária para que todos entendam o que são esses transtornos. Todo cérebro é capaz de aprender, eu só preciso saber a melhor maneira de ensinar, então preciso capacitar para atender essa população”, afirmou.

Para o especialista, além dos pais, os professores fazem parte da base de todo processo de desenvolvimento do ser humano. Ele acredita que além desse profissional, as escolas também vão precisar de um psicólogo comportamental para lidar com as especificidades de cada aluno.

“Uma coisa é o professor saber técnicas de adaptar o currículo escolar, outra coisa é o professor ter manejo de comportamento, lidar com crises agressivas, dificuldade de o aluno ficar quieto, por isso a importância de um psicólogo comportamental”, afirmou.

Ele citou alguns transtornos que afetam o aprendizado dos estudantes. “O Transtorno do Espectro Autista (TEA), porque ele cursa com a deficiência intelectual, o próprio déficit intelectual que dificulta o aprendizado. Também tem o TDH e o transtorno Opositor Desafiador (TOD), que afeta o comportamento. É aquela criança que não respeita os limites e regras do ambiente”, explicou Thiago Gusmão.

O médico ressalta que atualmente melhorou muito a qualidade do diagnóstico desses transtornos no Brasil. Mas ele afirma que ainda há um longo caminho a percorrer, não só no diagnostico infantil, mas também em adultos.

“O transtorno começa na infância e perdura para a vida. O autismo é altamente prevalente no adulto e no adolescente, só que falta diagnóstico. Hoje temos critérios bem específicos que facilitam o diagnóstico, então a gente está conseguindo reclassificar aquelas crianças que não tinham o diagnóstico e também tendo maior ciência do que que é o autismo, o TDH, os transtornos de desenvolvimento”.

Apesar dos desafios serem constantes e ainda existir um longo caminho a ser percorrido, Thiago Gusmão enxerga que os passos estão sendo dados na direção certa.

“Tem um aumento da incidência sim, mas os professores estão mais preparados, as pessoas estão mais preparadas para o diagnóstico cada vez mais precoce, o que melhora a qualidade de vida do adolescente e do adulto”, afirmou.

As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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