Saúde

Dores frequentes: quando elas são normais e quando são um alerta?

Dor de cabeça, dores nas articulações e outras podem estar associadas a estresse, falta de sono adequado e muitos outros motivos.

Na medicina, as dores são um dos principais sintomas que o corpo manifesta para avisar que algo está errado. Quando isso ocorre com frequência, é imprescindível investigar a causa e a origem da dor para que o diagnóstico correto seja realizado, a fim de enfrentar a raiz do problema.

No dia a dia, algumas dores podem ser resultado de alguns hábitos ou cenários específicos. Dor de cabeça, dor na região lombar, dores nas articulações e outras podem estar associadas a estresse, má postura, sedentarismo, falta de sono adequado e muitos outros motivos.

Entretanto, quando essa dor se torna crônica, manifestando-se em vários dias diferentes e sem apresentar sinais de cessamento, ela pode ter um outro significado que é importante de ser examinado. 

Além disso, a falta de um diagnóstico e de uma intervenção certeira pode gerar danos à qualidade de vida, provocando quedas de produtividade no trabalho e nos estudos, limitação de movimento, dificultar o sono reparador ou até mesmo impactar na saúde mental, como o aumento da ansiedade e do estresse. 

Portanto, é necessário prestar atenção ao próprio corpo e desconfiar quando sintomas como a dor persistente ocorrem. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode aliviar o incômodo em um primeiro momento, mas eles mascaram o problema e nem sempre são recomendados ou eficazes para uma solução definitiva.

Por isso, confira algumas dicas importantes para ajudar a identificar as possíveis causas das dores e quando elas são motivo de preocupação.

Dor de cabeça

A dor de cabeça, ou cefaleia, é um dos tipos de dores mais frequentes e afeta cerca de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo. Ela pode estar relacionada a diversos fatores, e, para especialistas como Gabriel Taricani Kubota, da Faculdade de Medicina da USP, a ocorrência da cefaleia mais de três vezes por mês pode ser um sinal perigoso.

Entre as causas mais frequentes, estão a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia crônica. No entanto, cada uma delas pode ser exteriorizada de maneira diferente, e são doenças que necessitam de tratamentos específicos.

Nas crises de enxaqueca, por exemplo, a dor de cabeça costuma aparecer acompanhada de outros sintomas, como a náusea e a sensibilidade à luz e ao som.

Já a cefaleia tensional, na maioria das vezes, não apresenta outros sintomas. Ela pode ser diferenciada facilmente, pois surge em decorrência do estresse ou de longos períodos em uma posição desconfortável, o que provoca tensão muscular e dor na região, caracterizada pela sensação de pressão ao redor da cabeça.

A cefaleia crônica pode estar associada a transtornos psiquiátricos sem tratamento, como ansiedade e depressão, e também por alimentação inadequada, desidratação e consumo de cafeína e álcool em excesso.

A automedicação com analgésicos nesses casos não é recomendada e frequentemente causa outros problemas, aumentando a periodicidade de dores.

As dores de cabeça tornam-se preocupantes quando ocorrem repetidamente ou vêm acompanhadas de outros sintomas, como perda de visão, tontura, desmaio, confusão mental, fraqueza, náusea, febre e perda de apetite, que podem indicar até tumores e aneurismas.

Dores no corpo

Dor generalizada em todo o corpo é o principal sintoma da fibromialgia. A doença reumática afeta aproximadamente 5% de toda a população do mundo, principalmente mulheres, grupo que representa entre 70% e 90% dos casos da doença, e pessoas na faixa etária entre 30 e 55 anos.

Não existe um consenso médico sobre as causas da doença. Na maioria dos casos, acredita-se que ela é desencadeada por um gatilho, como situações de estresse, dores localizadas não tratadas, traumas físicos ou outras doenças graves.

A doença não possui cura, e o tratamento mais indicado para a doença é a adoção de soluções não farmacológicas. A incorporação de exercícios físicos à rotina, principalmente aeróbicos, costuma ter bons resultados na atenuação das dores.

Para evitar o desenvolvimento de estresse e ansiedade, o acompanhamento psicológico é essencial. Para controlar as crises, a meditação e a psicoterapia costumam ser eficazes.

Dor nas costas

De acordo com dados do Ministério da Saúde, dores na coluna são um dos tipos de doenças crônicas mais comuns no Brasil, afetando 2 em cada 10 pessoas acima de 18 anos.

Também conhecida pelo nome de lombalgia, a dor na região lombar pode ocorrer por diversos motivos. As maiores causas são ficar sentado por um longo período, tensão muscular provocada por ansiedade e depressão, musculatura do core pouco desenvolvida, falta de alongamento e postura inadequada.

A identificação precisa do problema permite considerar as possibilidades de intervenção e definir aquela mais adequada à situação. Na medicina, o tratamento apropriado deve ser iniciado o quanto antes para evitar a intensificação da dor, o surgimento de outros sintomas e a evolução da doença, o que por sua vez pode gerar danos irreversíveis à saúde do indivíduo.

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