Bahia

Protesto contra o Planserv reúne servidores estaduais em Feira de Santana: “Clínicas e hospitais não querem nos atender"

Eles afirmam que o plano está sucateado e que os beneficiários não conseguem atendimento, inclusive em casos de urgência e emergência.

manifestação planserv
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Servidores públicos estaduais realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (4) na avenida Getúlio Vargas, em frente ao Hospital Emec, em Feira de Santana, para protestar contra a situação do plano de saúde Planserv. Eles afirmam que o plano está sucateado e que os beneficiários estão sem conseguir atendimento médico, inclusive em casos de urgência e emergência.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O representante do Sindicato dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do estado da Bahia, Antônio Jair Filho, afirmou ao Acorda Cidade que os problemas já são antigos, mas que a situação está piorando.

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Antonio Jair Filho | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Estamos sofrendo pelo sucateamento do Planserv e já não é de agora. Entra governo e sai governo, eles sabem dos problemas, mas não respeitam os servidores. Para que a gente preste um bom serviço para a sociedade, que é nossa responsabilidade, precisamos ter uma boa qualidade de saúde. A partir do momento que o governador nega o serviço de saúde de qualidade para os servidores, ele está também negando um serviço de qualidade nosso para a população”, declarou.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O coordenador geral da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), Edson Moura, informou ao Acorda Cidade que há dois anos foi feito um levantamento entre os colegas das quatro unidades para que eles falassem sobre os problemas que estavam enfrentando com o Planserv. Ele reforça que os problemas são antigos, gerando prejuízos aos servidores.

Edson Moura | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Já tem um tempo nessa labuta. Por exemplo, essa questão da cota é algo que não tem transparência. A gente nunca sabe quando essa cota chega no limite. Outra questão que acho importante destacar é com relação às crianças neurodivergentes. Muitos professores relatam a dificuldade de tratamento. A gente sabe que esse tipo de tratamento é especializado. Esses são só alguns dos problemas que estamos enfrentando. Até emergência, tivemos uma colega que foi barrada na porta”, disse.

Maria Sidália Santana Araújo relatou o problema de atendimento enfrentado pelo marido Rossalvo Araújo. Segundo ela, ele teve dois AVCs, não fala, não anda e o Planserv não queria liberar o home care. Por causa disso, ele passou 10 meses internado e foi necessário acionar a justiça para conseguir o atendimento.

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Maria Sidália | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Estou aqui para reivindicar, porque o Planserv está sucateado, está entregue. Isso é um absurdo. A assistência é muito ruim, clínicas e hospitais não querem mais atender o Planserv, porque eles pagam pouco e ainda demoram para pagar e por parte dos servidores não tem inadimplência, pois já desconta da folha. Ainda assim, o Planserv nega os direitos”, afirmou.

A enfermeira Rosangela Monteiro, que faz parte de uma comissão organizada para reivindicar as melhorias do plano de saúde, destacou que os servidores estão sendo constrangidos diante dessa situação.

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Rosangela Monteiro | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Estou sendo testemunha do sucateamento do nosso plano. Nós vamos para os hospitais e para as clínicas, depois de marcações prolongadas e ainda não somos atendidos. Além disso, muitas vezes somos constrangidos. Nossos procedimentos são desmarcados, temos a assistência negada, mesmo sem ser inadimplente. A maioria são pessoas idosas e necessitam de atendimento médico. Até o poder judiciário já não dá o suporte que a gente precisa, estou com duas liminares para fazer uma cirurgia no braço e não consigo”, relatou.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A servidora do estado Andreia Andrade estava na manifestação fazendo a divulgação de uma carta aberta para comunidade relatando a precarização da assistência prestada pelo Planserv. Segundo ela, a população em geral precisa saber o que está acontecendo.

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Andreia Andrade | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Se a população não for servidora do estado, conhece alguém que seja. Somos muitos e estamos nos sentindo prejudicados, a gente precisa brigar por nossos direitos. Nosso plano um dia foi de excelência, e hoje estamos sofrendo com a desassistência, com a falta de atendimento, até mesmo numa situação de urgência e emergência”, afirmou.

O professor Rossevaldo Ferreira, da Uefs, afirmou que a situação do plano de saúde está gerando danos aos servidores.

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Rosevaldo Ferreira | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Cada pessoa nesta manifestação tem uma indignação para mostrar. O plano decaiu muito nos últimos meses, ao ponto de não atender nem emergência. Marcar uma consulta atualmente é uma via crucis, é uma dificuldade enorme para marcar exames”, afirmou.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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