Chapada Diamantina

Professor baiano é finalista de prêmio sobre cidadania digital em parceria entre Safernet Brasil e Governo do Reino Unido

projeto já alcançou mais de 38 mil estudantes em 232 cidades do Brasil e oferece suporte pedagógico e formação para docentes.

Professor mobiliza estudantes de zona rural e comunidades quilombolas baianas a criarem inovações em Cidadania Digital
Foto: Acervo Pessoal

O professor Reginaldo Silva Araújo, do Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos, em Seabra, na Chapada Diamantina, está entre os finalistas do Prêmio Cidadania Digital em Ação. O reconhecimento é resultado de seu trabalho com estudantes do ensino médio na promoção do uso responsável da internet e da tecnologia.

Mesmo com limitações de acesso à internet na escola, Reginaldo desenvolveu atividades sobre bem-estar online, combate ao racismo, inclusão de pessoas com deficiência, uso seguro da inteligência artificial e educação midiática. Um dos destaques do projeto foi o “Café das Origens”, que resgatou e valorizou ancestralidades negras e indígenas dos estudantes (Veja o relato do professor na íntegra).

O professor é um dos 391 educadores do país que aderiram à Disciplina Cidadania Digital, uma iniciativa da Safernet Brasil em parceria com o Governo do Reino Unido. O projeto já alcançou mais de 38 mil estudantes em 232 cidades do Brasil e oferece suporte pedagógico e formação para docentes.

Professor mobiliza estudantes de zona rural e comunidades quilombolas baianas a criarem inovações em Cidadania Digital
Foto: Acervo Pessoal

Reginaldo incentiva o pensamento crítico dos alunos sobre redes sociais e suas implicações na disseminação de informações. Em 2023, seu trabalho resultou na publicação de um e-book produzido com estudantes do 2º ano do ensino médio. Intitulado “Comunicação Inteligente: Navegando nas Redes Sociais e nos Jogos com Responsabilidade”, o material reúne informações sobre segurança digital, incluindo bulas de conscientização sobre redes sociais e jogos online.

O Prêmio Cidadania Digital em Ação reconhecerá cinco projetos em sua edição de 2025. O resultado será divulgado no dia 11 de fevereiro, durante a 17ª edição do Dia da Internet Segura, em São Paulo. A premiação destaca metodologias inovadoras que promovem o protagonismo estudantil, engajamento comunitário e boas práticas pedagógicas no ambiente digital.

Conforme relato publicado pelo projeto, Reginaldo aponta que entre os pontos de atenção que os estudantes trazem, estão as relações com as mídias sociais e os jogos online, e ressalta os jogos de apostas que começam a ganhar a atenção dos adolescentes e acendem alertas. Ao lado de Reginaldo, contudo, os estudantes ganham o entendimento sobre sua cidadania digital e os meios concretos de transformação de suas vidas e das comunidades que integram.

“No caderno de aulas, apliquei as atividades de rotinas digitais. Os alunos dividiram-se em grupos e pesquisaram sobre as redes sociais e os jogos. A partir dela, elaboraram bulas sobre o uso seguro e equilibrado. Apresentaram a pesquisa e indicaram que o uso frequente poderia dosar o tempo de tela”, relata o professor Reginaldo em seu relato.

O documento diz também que Reginaldo Araújo indica que as metodologias ativas envolvem os discentes através do exercício da autonomia.

“As metodologias ativas são muito importantes. Muitos estudantes não têm acesso frequente em casa. Para evidenciar os direitos e deveres como cidadão, priorizo as atividades que envolvem pesquisa, escrita para que possam aprender o uso ético e seguro da internet”, avalia Reginaldo Araújo.

Além disso, o professor Reginaldo relata que atividades que estimulem o comentário nas redes sociais, publicações, jogos e a repercussão na secretaria de educação baiana, tem sido importante para a visibilidade dos esforços da comunidade escolar.

“O envolvimento cresce a cada ano. Neste, as participações em lives, por exemplo, são resultados que aumentaram o interesse e o engajamento. Entendo que o sucesso da disciplina com a turma tem a ver com as dinâmicas e as produções, fazendo com que se sintam representados em seus colegas e no diálogo das atividades com a perspectiva deles como jovens no século XXI”, completa Reginaldo, que informa que até o fim do segundo semestre outras produções serão lançadas pelas turmas de terceiro ano.

“As ações continuam. Indico a metodologia das aulas. Continuamos, neste segundo semestre, preparando outros materiais com base na Disciplina Cidadania Digital”, destaca Reginaldo Araújo.

Conheça os finalistas da segunda edição do prêmio

  • Adrieli Silva dos Reis Andreatta – Escola Municipal José Eurípedes Gonçalves – Campina Grande do Sul (Paraná)

A professora adaptou o plano de aulas da disciplina para uma turma de 28 estudantes do 3º ano do ensino fundamental. Foram realizadas diferentes ações para sensibilizá-los sobre os riscos online e a necessidade de ensinar sobre empatia e respeito nos ambientes digitais. Foram desenvolvidos um ebook, gincana, um jogo para que os estudantes jogassem com suas famílias, cineclube e dinâmicas. Este foi o primeiro ano em que a professora Adrieli usou a disciplina.

  • Alyne de Assunção Castro – Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Lions Jangada (rede estadual) – Fortaleza (Ceará)

A professora conduziu atividades sobre temas de ciberbullying, respeito e empatia, e saúde emocional com 325 estudantes de Ensino Médio. Foram criados materiais digitais de conscientização sobre violências online, especialmente ciberbullying, e os “Murais dos sentimentos”, construídos colaborativamente na escola como uma forma de discutir emoções, saúde mental e impactos das interações online na vida dos adolescentes e jovens. Outra iniciativa foi um jogo para debater ética na inteligência artificial.

Conheça o relato de Alyne.

  • Hery Tiago Fernandes de Oliveira – Escola Municipal e Centro de Formação Joana Alves de Lima – Parnamirim (Rio Grande do Norte)

O professor realizou diversas ações para alunos do 6º ao 9º ano do fundamental. Foi criado o site JoanaLAB, do laboratório de informática da escola, que serviu como espaço centralizado para informações e materiais destinados à comunidade escolar. O professor organizou as aulas de maneira específica por turma, usando jogos, rodas de conversa, postagens no Instagram da escola e vídeos. Foi organizado o Dia D de Combate à Violência e à Insegurança na Internet, com a participação de toda comunidade escolar.

Conheça o relato de Hery

  • Manoel Messias da Silva – Escola Cidadã Integral Técnica (ECIT) João Pereira Gomes Filho (rede estadual) – João Pessoa (PB)

O professor realizou muitas ações diferentes ao longo do ano com os 120 alunos do 1º e 2º ano da ECIT, que integra a rede estadual paraibana. O destaque dessas ações está no protagonismo dos estudantes, que criaram diferentes conteúdos para debater sobre ciberbullying e uso consciente das redes sociais. Em videocasts, os estudantes debateram os riscos que vivenciam na internet e as percepções que têm sobre como usar as redes de forma mais consciente, segura e responsável.

Conheça o relato de Manoel

  • Reginaldo Silva Araújo – Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos – Seabra (BA)

Mesmo sem internet o tempo todo na escola, o professor realizou com cerca de 100 estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio uma série de atividades focadas em bem-estar online, abordando o combate ao racismo, a inclusão de pessoas com deficiência, o uso seguro da inteligência artificial e a educação midiática. Uma importante iniciativa foi o “Café das Origens”, iniciativa de resgate e valorização das ancestralidades negras e indígenas dos estudantes. Uma aluna participou de um concurso de redação e ficou em segundo lugar.

Conheça o relato de Reginaldo.

Com informações do projeto Cidadanina Digital e Safernet Brasil

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários