“A gente é o que a gente come.” A frase que serve de alerta para o cuidado com a alimentação ganha um sentido especial em janeiro. Neste sábado (11) é comemorado o Dia de Controle da Poluição por Agrotóxicos. Apesar de trazer vantagens para a produção agrícola, ingerir alimentos contaminados com esses produtos representam risco à saúde.
O que é um agrotóxico?
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) classifica os agrotóxicos como produtos químicos ou biológicos utilizados em plantações para combater pragas que podem comprometer a produção do que está sendo cultivado. Eles são responsáveis por eliminar insetos, larvas, fungos e carrapatos, sob a justificativa de controlar doenças transmitidas por esses organismos.
Os agrotóxicos, também chamados de praguicidas, pesticidas e defensivos agrícolas, são amplamente usados em ambientes de produção vegetal e de criação animal. As formas mais comuns de aplicação incluem limpeza de terrenos, preparação do solo e aplicação na lavoura para acelerar o crescimento de legumes, frutas, verduras e folhas ou eliminar vegetações indesejadas.
Bom para a plantação, mau para o corpo humano
Apesar de representar vantagens para o cultivo de alimentos, os praguicidas representam um risco para a saúde humana. O tema é amplamente debatido por profissionais da área de saúde, e pesquisas comprovam que existe uma associação direta entre o consumo de alimentos produzidos com agrotóxicos e doenças graves.
“Os pesticidas podem causar diversos riscos à saúde, como intoxicações alimentares, que se não tratadas, podem levar até a óbito. Doenças neurológicas, lesões no fígado, pele e pulmão, algumas alergias, alterações hormonais e até mesmo problemas comportamentais e na saúde mental podem ser causados pela contaminação dos agrotóxicos”, disse a nutricionista Mayane Oliveira.
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Como se proteger?
A profissional reforçou, em entrevista ao Acorda Cidade, o papel de protagonista que cada um deve exercer no cuidado com a própria saúde. Diante dos riscos que os alimentos contaminados por agrotóxicos podem oferecer, Mayane recomendou que o consumidor, se possível, opte por comprar produtos com o selo de orgânico. Alimentos com essa classificação são produzidos sem o uso de agrotóxicos, fertilizantes ou compostos transgênicos.
“A forma mais viável de identificar se aquele alimento é realmente orgânico a olho nu é pela observação. Se aquelas frutas que você comprou no mercado amadurecem muito rápido, são muito grandes ou têm uma casca muito bonita, geralmente têm alguma quantidade de agrotóxico”.
No mercado, por conta dos custos com o modelo de produção, os alimentos com o selo orgânico tendem a ter um preço mais elevado em comparação aos cultivados nos moldes tradicionais com a utilização de agrotóxicos. Sabendo disso, a nutricionista afirmou que o consumidor tem uma forte aliada no combate à contaminação dos alimentos.
“Higienizar os alimentos de forma adequada realmente protege a saúde, evitando a proliferação de diversas bactérias, fungos, vermes e problemas de intoxicações alimentares. Existem métodos com eficácia comprovada, como a limpeza com água potável — uma água limpa, de boa procedência e qualidade — em conjunto com água sanitária. Para cada 1 litro de água potável, deve-se utilizar uma colher de sopa de água sanitária. Após a mistura, o consumidor deve deixar o alimento em imersão por cerca de 15 minutos, no mínimo”, explicou.
Higienização: uma forte aliada
Mayane contou que existem outros produtos que podem ser utilizados como potencializadores na desinfecção de alimentos, como bicarbonato de sódio e vinagre, além de misturas prontas, os chamados desinfetantes vegetais. Apesar da variedade, a nutricionista recomenda que a fórmula tradicional de água potável e água sanitária continua sendo a mais eficiente.
“É muito importante fazer a higienização de todo produto, de toda fruta e vegetal. Higienizar tudo o que a gente compra é essencial para manter a saúde, o bem-estar e evitar qualquer tipo de problema, contaminação e doenças em geral”, concluiu a nutricionista.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estudante de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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