Por Vladimir Aras
Um deles foi o procurador da República Celso Três, o “pai” da investigação conhecida como caso Banestado, um escândalo de mais de US$24 bilhões de dólares. Este dinheiro saiu do País por meio de contas de não-residentes, chamadas CC-5.
Tudo começou com o trabalho de Três e do Banco Central. Só depois vieram a CPI do Banestado e a Força-Tarefa CC-5, que reuniu MPF, Polícia Federal e Receita Federal num QG em Curitiba.
A diligente atuação do colega Celso Três, então lotado no MPF/PR, teve grande impacto na época. Lembro muito bem. Eu era membro do Ministério Público da Bahia quando li as notícias sobre o
Banestado e sua máquina de evadir divisas.
Atuava em Feira de Santana na área de combate à improbidade, conduzindo vários inquéritos civis sobre estripulias as mais diversas. A cidade estava sob o flagelo de um prefeito corrupto por convicção. E, graças a “vocês-sabem-quem”, o MP baiano (eu e o colega Valmiro Macedo) era incapaz (ou éramos nós?) de conseguir uma mísera quebra de sigilo do dito cujo. Nada.
Foi quando vi o dr. Celso Três na TV e nos jornais conseguir esse feito marcante na história do combate à lavagem de dinheiro no Brasil: a quebra do sigilo bancário de todas as contas CC-5 do País.
Fiquei com inveja e resolvi voltar a estudar para o concurso do MPF.