Hackers podem causar apagão, diz chefe de segurança da Presidência

Há um risco real de que hackers invadam sistemas de infraestrutura do governo brasileiro, informou o diretor-geral do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Raphael Mandarino Júnior.

Segundo o chefe do DSIC em entrevista ao G1, a possibilidade de apagão existe, mas ataque pela internet é improvável, graças ao nosso atraso tecnológico. O DSIC comanda 320 redes do governo federal. Segundo uma reportagem da televeisão americana, o 60 minutes da CBS, os blecautes que ocorreram no Brasil em 2005 e 2007 teriam sido provocados por hackers. Fato este que motivou a desconfiança de que o novo apagão do dia 10 de novembro deste ano em 18 estados brasileiros e no Paraguai também teriam sido provocados por um ataque pela rede de computadores.

Segundo Mandarino não há um sistema 100% seguro, mas que um apagão ou a falta de abastecimento de água podem ser causados mais provavelmente por meio de uma pessoa que finge ser um profissional da área e obtém acesso a um local restrito do que por hackers que invadem o sistema de redes. Nosso atraso tecnológico ajuda. Nossos sistemas de estrutura não estão interligados. Ficam fora da internet, diz Mandarino. Um hacker habilidoso pode entrar no local e fazer alguma coisa, mas pela internet acho muito improvável.

De acordo com o chefe do DSIC, a informação de que os blecautes de 2005 e 2007 foram provocados por hackers não foi confirmada pelo órgão. Fui atrás da informação, procurei todo mundo e não vi nenhum indício (de que os apagões de 2005 e 2007 tenham sido causados por hackers). E que o mesmo ocorreu com o apagão do último dia 10.

Segurança cibernética não é um objetivo, é um caminho. Nunca vai estar pronta. A cada dia surgem novos equipamentos. São 350 vírus criados por semana. É uma loucura., afirmou Mandarino que acredita, no entanto, que a segurança de rede no Brasil é boa. 

Guerra cibernética

Um relatório divulgado neste mês pela McAfee, uma das principais empresas de segurança em informática do mundo, que teve como um dos colaboradores Mandarino, informa que muitos países já se preparam para uma guerra cibernética.

Segundo o estudo, a rede elétrica e de água é potencial alvo de ataques virtuais em alguns países. É uma possibilidade, não só para a gente, mas qualquer país está sujeito. O espaço cibernético não tem fronteiras, não distingue países, todos temos que estar preparados, diz o diretor do DSIC.  Até o próximo dia 8 de dezembro, o Brasil vai definir os nomes que participarão de um grupo de trabalho focado em estratégia de segurança cibernética. O grupo será formado por GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ministérios da Defesa e da Justiça, Exército, Marinha, Aeronáutica e Itamaraty.

2.000 tentativas de ataques por hora no ano passado

A rede federal registrou uma média de 2.000 tentativas de ataques por hora no ano passado (aproximadamente 17,5 milhões no ano). É um número alto. Mas há países que sofrem um número de ataque muito maior, diz Mandarino.

Levantamento do órgão aponta que 80% partem de computadores brasileiros. Dessas ações, 1% é considerada grave – as tentativas de invasão a áreas sensíveis ou redes restritas do governo. Os alvos preferenciais são roubo de identidade (15%), acesso à rede Infoseg (integra informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização – 10%) e a captura de dados bancários (70%). Outros alvos representam 5%.  O caso mais grave registrado até o momento foi um sequestro, em maio, de um servidor (computador que fornece serviços a uma rede de computadores). Um ataque vindo do Leste europeu alterou a senha e pediu um resgate de US$ 350 mil. O órgão conseguiu quebrar a senha e recuperar o servidor.

(As informações são do G1)

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