A Rede de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em Feira de Santana registrou um aumento de 15% no número de atendimentos em 2024 em comparação ao ano anterior. A coordenadora do serviço, Regicélia Silva de Jesus, explicou que a rede, composta por cinco unidades, precisou ser reforçada para atender à demanda crescente.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Regicélia detalhou que a estrutura da rede inclui um Caps 24 horas, que oferece suporte às nove residências terapêuticas, um Caps direcionado a usuários de álcool e outras drogas (Caps AD), um Caps Infantil que atende crianças e adolescentes, além do Ambulatório Municipal de Saúde Mental, inaugurado em 2022. “Atendemos conforme a territorialização. Cada Caps é destinado a determinados bairros para o atendimento”, explicou.
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A coordenadora destacou a natureza do atendimento psicossocial oferecido pela Rede Caps, que vai além do tratamento medicamentoso. Para cada paciente, é construído um Plano Terapêutico Singular (PTS) para atender as necessidades de cada um.
“Não trabalhamos só na logística de atendimento medicamentoso. A gente atende o paciente, a demanda espontânea, a porta aberta. O paciente chega a primeira vez, a gente faz um acolhimento com a escuta qualificada e, a partir desse acolhimento, a gente verifica se esse paciente tem perfil para fazer atendimento em Rede Caps e a gente direciona esse paciente pras atividades propostas pela portaria e pelo PTS do paciente”.
Aumento da demanda e impactos pós-pandemia
Até outubro de 2024, a Rede Caps realizou aproximadamente 46 mil atendimentos nos últimos três anos, um número que supera o de 2023. “Precisamos aumentar o quantitativo de profissionais na Rede para dar suporte à população feirense porque houve um aumento de aproximadamente 15% de atendimentos na Rede CAPS”.
Segundo Regicélia, o isolamento social durante a pandemia de Covid-19 foi apontado como um dos fatores que contribuíram para o aumento de casos de ansiedade e depressão conforme a Organização Mundial de Saúde. “A população mundial ficou em isolamento social, e isso acabou desenvolvendo alguns transtornos”.
Regicélia também disse que o impacto do uso excessivo de telas, especialmente entre crianças, também é uma realidade de Feira de Santana. “O uso de tela potencializa alguns sinais e sintomas de transtornos mentais. Principalmente em crianças que é proibido o uso de tela. Mas, infelizmente, isso é uma educação dos pais. E os pais precisam ter um tempo maior com seu filho para não deixar esse tempo de tela, tanto de celular quanto de televisão, para uma criança menor de quatro anos”.
Destaque para Caps Infantil e Caps AD
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora destacou que o Caps Infantil enfrenta uma demanda significativa, com cerca de 7 mil pacientes ativos e 490 novos acolhimentos em 2024.
“O uso de telas potencializa sinais e sintomas de transtornos mentais, principalmente em crianças. É necessário que os pais controlem o tempo de tela e sejam mais presentes na vida dos filhos”, reforçou.
No Caps AD, os maiores índices de atendimento envolvem usuários de tabaco e álcool, com 17% dos casos relacionados ao tabagismo em 2024. Entretanto, a unidade também atende dependentes de outras substâncias. “O atendimento é por demanda espontânea, fazemos a escuta qualificada individual e a gente direciona esse paciente para as atividades necessárias da unidade”, afirmou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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