Flita 2024: início de festa literária encanta público de com elenco 100% baiano

Um elenco que reúne o melhor da literatura com dendê da Bahia está em Aratuípe desde a última quarta-feira para a Festa Literária de Aratuípe (Flita). O evento cultural gratuito, com o tema Literatura e Encantamento, começou dia 27 e segue até o dia 1° de dezembro. ”Sorrisos largos, aplausos calorosos e a energia contagiante marcaram a abertura da Flita. Um início repleto de magia, onde a literatura se uniu à celebração e aos sonhos de todos que acreditam no seu poder transformador”, define a curadora do evento, Meg Heloise.

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Com a participação de Rebeca Tárique como mestra de cerimônia, a abertura da Flita contou com a presença do secretário de Educação de Aratuípe e presidente da UNDIME-BA, Anderson Passos, da representante Territorial de Cultura do Baixo Sul Jhessy e do prefeito no município e anfitrião do evento, Antônio Marcos Araújo, que destacou a importância da Flita para o desenvolvimento cultural e educacional das cidades e para o fortalecimento da identidade regional.  O Coral Afro da Bahia tomou conta do palco central do encontro na primeira noite da Flita, trazendo canções marcantes, que abraçaram o público.

Já o segundo dia de Flita foi marcado por “um profundo engajamento com as artes literárias, culturais e imaginativas, proporcionando ao público uma imersão em diversas formas de expressão e reflexão”, como descreve a curadora. A mesa com a escritora Edma de Góis foi mediada por Hilário Zeferino e aprofundou o conceito do encantamento como ferramenta de resistência e renovação e debateu o papel da literatura ao criar novas perspectivas para a vida cotidiana.

Na segunda mesa do dia, Calila das Mercês e Mario Omar, com mediação de Sandra Lis, compartilharam suas experiências pessoais e literárias, encantando a plateia com histórias de vida e encontros com a palavra. O diálogo girou em torno da oralidade, da tradição do “causo” e do poder da narrativa como um meio de preservação cultural. Durante a conexão Flita, uma conversa envolvente com Nelson Maca, Cronista do Morro, com mediação de Felipe Di Melo. O bate-papo explorou a cena do Hip Hop na Bahia e refletiu sobre o papel da música e da poesia na construção de identidades e resistência nas periferias.

A Flitinha, programação dedicada para o público infantil, teve início já no seu segundo dia de evento. As escritoras Nini KembaNayo e Paula Brito encantaram crianças e adultos com sessões de contação de histórias e suas narrativas criativas. O segundo dia de festa teve show de Cinho Sena, que trouxe a energia e autenticidade da música brasileira para o palco. Com um repertório repleto de músicas que ressoam com as tradições da cultura popular e da música contemporânea, Cinho Sena promoveu, com sua voz marcante, um momento de celebração coletiva. A apresentação, que envolveu ritmos contagiantes e letras carregadas de sentimento, foi aplaudida pelo público.

Tem mais programação hoje e no final de semana

A Flita tem como objetivo principal democratizar a literatura para todos, além de apresentar a magia dos livros para estudantes e educadores da Bahia. Um dos destaques da edição deste ano é a participação da autora Luciany, que já é veterano na Flita e celebra a conquista recente do Prêmio São Paulo de Literatura 2024, com o livro Mata Doce. Outro grande momento esperado será o encontro do jornalista e escritor Ricardo Ishmael, autor de seis livros infantis que apresenta ao público agora sua nova obra Por que as Nuvens Choram?, com a contadora de histórias milenares Nancy de Souza e Silva, conhecida como Vovó Cici de Oxalá. A mesa intitulada de Bahia: terra de encantados acontece no domingo (1º), às 10 horas, no auditório Municipal Edvaldo Machado Boaventura.

Muitos encontros literários acontecerão também na Flitinha, com a participação de estudantes das redes municipal e estadual do município em diversas apresentações e presença de escritores que se dedicam à literatura para as infâncias, a exemplo de Ionã Scarante, Deco Lipe, Márcia Mendes, que lançará o novo livro Os cabelos de Voinha, Edilson Espínola, Barbara Ramos e Marcos Cajé, que fará contação da história de Imani. “Ela é uma menina alegre e corajosa que vive no quilombo Rio da Lua e vê o mundo com olhos mágicos”, conta o autor que acaba de retornar da África para uma imersão para suas narrativas afrofantásticas.