Bahia

Adolescente com espectro autista é espancado em escola municipal na cidade de Guanambi

A mãe do estudante, aluno do 7º ano, registrou uma queixa na Delegacia Territorial da cidade.

Escola Municipal de Dr. José Bastos
Foto: WhatsApp/Achei Sudoeste

Um adolescente, de apenas 13 anos de idade, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi espancado por colegas, dentro de uma escola municipal na cidade de Guanambi. O caso aconteceu na sexta-feira, dia 22 de novembro na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. José Bastos.

A mãe do estudante, aluno do 7º ano, registrou uma queixa na Delegacia Territorial de Guanambi.

Segundo o site Achei Sudoeste, parceiro do Acorda Cidade, Ayla Fabrício informou que o filho foi espancado por 10 colegas depois de retornar de um piquenique no parque. As agressões tiveram início na quadra da escola e terminaram dentro da sala de aula.

“Eles apostaram e quem ganhasse beijava uma menina, então o colega perdeu e começou a bater nele”, disse a mãe.

Ayla foi informada das agressões no portão da escola por uma aluna, momento em que encontrou o filho machucado.

A mãe ainda teria questionado a diretora, mas a mesma não soube dizer o que teria acontecido. Revoltada, a mãe levou o filho para uma unidade de saúde e procurou o Conselho Tutelar.

Após o fato, o estudante se recusou a voltar para sala de aula. “Não sei mais o que fazer, estão tratando o caso como se nada tivesse acontecido”, apontou.

A direção da escola informou, por meio de nota, que os estudantes envolvidos no episódio têm as mesmas condições (TDHA e Autismo) e que agiu de imediato ao saber das agressões, reforçando o seu compromisso com o bem-estar e segurança dos alunos.

Ao tomar conhecimento do ocorrido, a escola agiu de imediato, conforme as normas e procedimentos, convocando os responsáveis pelos alunos, dispondo de atenção para resolução da situação”, esclareceu.

A direção também pontuou que analisou as imagens das câmeras de segurança do pátio e já tomou todas as providências cabíveis. O aluno teria retornado às aulas nesta quarta-feira (27), participando ativamente de todas as atividades. A Polícia Civil investiga o caso.

O site Achei Sudoeste também conversou com o advogado Rodrigo Teixeira, membro da Associação dos Amigos dos Autistas. Segundo ele, o autista, para efeitos legais, trata-se de um deficiente e é necessário fazer a apuração devida para garantir a responsabilização dos envolvidos.

“É importante ter coração bom no sentido de respeitar. É necessário fazer todas as apurações”, frisou.

Nos últimos anos, o advogado salientou que crianças atípicas vêm sofrendo muito com esse tipo de situação e não se pode ficar inerte frente ao problema. Teixeira esclareceu que o autista tem direito a inclusão escolar adequada, sendo envolvido em todas as atividades pedagógicas juntamente com as crianças típicas.

“As pessoas com autismo têm direito à educação. A escola deve reconhecer o erro, não colocar que foi um erro pequeno, e tratar com os alunos a importância de viver de forma tranquila, respeitando a todos. Demonstrar que isso é intolerável”, concluiu.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários