Durante a Semana de Cultura Afro e Indígena, a Escola Municipal Professora Lídice Antunes Barros, localizada no bairro Santo Antônio dos Prazeres, em Feira de Santana, promoveu um projeto especial de conscientização sobre a beleza e a importância da cultura negra, envolvendo alunos do 1º ao 5º ano e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Os alunos participaram de uma sessão de fotos profissionais, com o objetivo de exaltar a beleza negra e fortalecer a identidade e a autoestima dos participantes.
Celso Damasceno, diretor da escola, explicou ao Acorda Cidade que a proposta surgiu porque foi observado na escola uma questão de baixa autoestima entre os alunos, que não conseguiam aceitar o fato serem pretos, incluindo casos de bullying relacionados a cabelos blacks e trançados e também por causa da cor da pele.
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“Observando esse cenário, criamos essa ação para mudar essa característica. Conseguimos o contato com uma fotógrafa da cidade, que topou participar do projeto e a gente fez um dia de maquiagem, eles se vestirem para evidenciar a beleza negra”, afirmou.
Este ano o projeto segue em sua segunda edição englobando também os povos indígenas. No ano passado, o diretor avalia que o resultado foi muito bom, com a oportunidade de colocar a exposição das fotos no Shopping Avenida.
Esse ano, até o momento, a exposição ficará na própria escola, com o lançamento na próxima quinta (21), mas o diretor afirma que está em busca de parcerias para ampliar o alcance da exposição. Na primeira edição, 24 alunos foram fotografados no projeto. Esse ano são 22.
Analisando os reflexos do projeto desde o ano passado, Celso Damasceno, diz que é possível observar a mudança de comportamento de alguns estudantes, alcançando o principal objetivo que é exaltar a beleza negra, valorizar a autoestima, o se ntimento de pertencimento e identidade.
“Temos o caso de uma aluna que não iria participar da sessão de fotos, com vergonha, mesmo com desejo de participar. A gente chamou, convenceu e hoje ela socializa muito mais com os colegas e com os professores. Isso é um reflexo muito direto do trabalho que a gente conseguiu fazer, de resgatar a autoestima dos alunos”, afirmou ao Acorda Cidade.
O diretor disse ainda, que além do resgaste da autoestima, a escola pretende alcançar outros objetivos. Além desse projeto, Celso Damasceno destaca que a escola faz um trabalho durante o ano todo, através de uma disciplina chamada Identidade e Cultura, que debate o conceito de identidade, valorização pessoal e construção da cultura para os diferentes povos.
As disciplinas comuns como História, Geografia, Artes, entre outras, também fortalecem esse objetivo, onde os professores fazem um trabalho interdisciplinar para valorizar a cultura negra e indígena.
“Queremos que os alunos possam compartilhar com o mundo esse sentimento e construam uma história diferente para eles. Num país como o nosso, que existem diferentes povos, quando a gente participa desse desenvolvimento de alunos que se reconhecem enquanto negros e valorizam a cultura e arte negra, isso faz com que eles crescem e se tornem mais críticos, que eles busquem por políticas públicas que garantam os espaços que eles têm direito de estar, então mexer nessa temática faz a diferença para toda vida deles”, destacou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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