Saúde

Dia Nacional de Combate à Tuberculose: pneumologista explica sintomas, diagnóstico e tratamento da doença

De acordo com a médica, a tuberculose é uma doença infecciosa pulmonar com a transmissão de pessoa para pessoa.

tuberculose
Foto: Freepik

Neste domingo, dia 17 de novembro, é lembrado o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, uma das doenças infecciosas mais antigas e ainda prevalentes no mundo.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, aproximadamente 8,2 milhões de pessoas foram afetadas pela tuberculose – o maior número já registrado desde o início do monitoramento global em 1995.

Esse aumento significativo, comparado aos 7,5 milhões de casos notificados em 2022, ressalta a gravidade da situação e torna a tuberculose novamente a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo, superando a covid-19.

Para entender melhor o impacto da tuberculose, sintomas, transmissão e como tratar a doença, o Acorda Cidade conversou com a médica pneumologista Alana Nely. De acordo com a especialista, a tuberculose é uma doença infecciosa pulmonar, causada especificamente por um tipo de bactéria. Ela destaca que transmissão é de pessoa para pessoa, por meio do contato com gotículas.

Médica Pneumologista Alana Nely
Médica Pneumologista Alana Nely | Foto: Arquivo pessoal

“É uma doença transmissível, quando tem contato com um indivíduo que está tendo sintomas, especialmente a tosse com a eliminação de gotículas, a doença pode ser transmitida. A doença se mantém prevalente porque existe muito subdiagnóstico. As pessoas acreditam que tossir é normal. Tem pessoas que tossem já há bastante tempo, mais de 30 dias, e não investigam. Então elas continuam disseminando a bactéria e outras pessoas adquiram a doença. Então tosse, espirros e fala costumam ser os meios de transmissão do bacilo”, explicou.

Sintomas

De acordo com a pneumologista, o principal sintoma associado a tuberculose é a tosse, que pode ser seca ou úmida. Mas a pessoa também pode ter eliminação de sangue junto com o escarro, além de perda de peso, que não é justificada por dieta ou outro motivo, e uma fraqueza também injustificada. “Esses são os sintomas principais para a gente ficar mais atento”, destacou.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da tuberculose, a médica afirmou que é solicitado um exame de imagem do tórax, e para o diagnóstico específico da causa da doença, é preciso isolar o agente causador. “A gente isola o agente pela cultura do escarro. Então tanto pode ser a baciloscopia, que é o exame mais simples, quanto o teste rápido molecular, que a gente chama de TRM, e a cultura mesmo para o bacilo de coque, para a microbactéria”.

Pneumonia x tuberculose

A médica também explicou a diferença entre pneumonia e tuberculose. Segundo afirmou, a pneumonia é uma inflamação pulmonar de origem infecciosa, que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. A principal causa de pneumonia são os vírus. Já a tuberculose, ainda conforme a explicação da especialista, é uma manifestação infecciosa dos pulmões, porém ela é causada por um tipo específico de bactéria, que é o bacilo de Koch.

Tratamento

De acordo com a especialista, no Brasil existe um programa de tuberculose que funciona bem, através do Ministério da Saúde, com o tratamento disponibilizado totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Uma vez feito o diagnóstico da tuberculose, a gente já encaminha o paciente para que a unidade de saúde inicie o seu cadastro após a notificação e a dispensação gratuita das medicações. É uma composição para os adultos de quatro antibióticos e a quantidade de comprimidos varia de acordo com o peso do indivíduo. O tratamento tem uma duração mínima de seis meses, mas esse é o tratamento mínimo. A depender de outras doenças que o indivíduo tenha, esse tratamento pode se prolongar por nove meses, um ano. Cada caso é visto individualmente”, explicou.

Consequências da tuberculose

Segundo a pneumologista Alana Nely, do ponto de vista respiratório, a tuberculose pode causar sequelas pulmonares que permanecem mesmo após o período de tratamento.

“Aquela área de pulmão que ficou machucada, é uma área que está sempre mais sensível a contrair e desenvolver outras infecções pulmonares. O pulmão fica realmente com sua função prejudicada. Mas lembrando que existe também tuberculose fora do pulmão. E aí pode ter acúmulo de líquido, que a gente chama de derrame pleural. Pode ter inflamação da membrana que reveste o coração, derrame pericárdico. Pode haver problemas disseminados pelos gânglios linfáticos, os linfonodos, que é a tuberculose linfática. Então as complicações no próprio órgão, que é o pulmão, estão em primeiro lugar. E essas outras que são manifestações à distância, também podem acontecer”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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