Mães e pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) voltaram a realizar uma manifestação para cobrar o cumprimento de sentenças e liminares judiciais por parte da operadora de plano de saúde Unimed.
A manifestação foi realizada na manhã desta quarta-feira (13) em frente a sede administrativa da Unimed, em Feira de Santana. As mães e pais já estão nessa luta, cobrando o cumprimento das liminares pelo plano de saúde, desde o mês de setembro, quando realizaram outros protestos.
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Eles relatam que o plano de saúde realizou a mudança de clínica onde as crianças fazem atendimento e, com a mudança, houve a quebra de vínculo já existente, o que é de grande importância no tratamento desses pacientes.
A psicóloga Larissa Mariana, mãe de Pedro de 11 anos, afirmou que cerca de 32 crianças estão tendo esses problemas com as clínicas e, somente seis, conseguiram retomar o atendimento na clínica especializada. Segundo ela, a Unimed ofereceu os atendimentos em outra clínica, mas os pais avaliam que ela não está preparada para atender as crianças.
“Queremos sensibilizar a Unimed para que eles possam cumprir as sentenças e liminares judiciais. A maioria dessas crianças já tem ordem judicial favorável, mas a Unimed não vem cumprindo, então estamos nessa manifestação para que a Unimed respeite as ordens judiciais. A partir de agosto muitas sentenças foram desrespeitadas e a maioria das famílias precisou desarquivar esses processos para novamente conseguir que a Unimed respeitasse isso, mas continua sem cumprir”.
Segundo Larissa, os atendimentos eram realizados em uma clínica particular que a Unimed era obrigada pela justiça a prestar os atendimentos, já que não tinha na sua rede. Depois a operadora credenciou uma clínica para migrar esses pacientes, mas a clínica não tem capacitação.
“A Unimed alega que tem uma clínica credenciada, porém desrespeitando a questão do vínculo terapêutico e, essa clínica que elas querem colocar nossos filhos, já investigamos e já entramos com algumas denúncias específicas, porque não tem capacitação para atender as necessidades dos nossos filhos”, afirmou.
Laize, mãe de uma criança com autismo de 8 anos, disse que o filho tem mais de um mês com a suspensão do tratamento, que foi garantido pela justiça através de liminar. “Isso é uma violação de direitos e está sendo ilegal essa suspensão. Por isso estamos aqui nos mobilizando, exigindo os nossos direitos e não vamos nos calar”.
Alice Santos, mãe de Maria Luzia, também disse que a filha está há cerca de um mês sem fazer as terapias. “Ela precisa das terapias e tem ela não está fazendo por causa do descumprimento de liminar da Unimed. Não estamos pedindo favor, queremos o direito dos nossos filhos”, destacou.
Em nota, Unimed Baía de Todos os Santos, sediada em Feira de Santana, informou que:
“As reivindicações das mães de crianças autistas são dirigidas à Unimed Nacional, que comercializa planos de saúde, contrata a rede credenciada de clínicas e hospitais, libera autorizações e marcação de procedimentos, tendo, portanto, responsabilidade direta e exclusiva no atendimento em questão.
A Unimed Baía de Todos os Santos, sediada em Feira de Santana, deixou de comercializar planos de saúde há quatro anos e passou apenas a prestar serviços de atendimento no Hospital Baía de Todos os Santos, nos núcleos de saúde e consultórios dos médicos cooperados, cabendo a Unimed Nacional as liberações de procedimentos.
A Unimed Baía de Todos os Santos presta este esclarecimento com o intuito de deixar evidente que não está sendo omissa aos apelos das mães e que só tem poderes de dialogar com a Unimed Nacional, para tentar evitar conflitos”.
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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