O Hospital de Olhos de Feira de Santana (Clihon) realizará, neste sábado (9), a 10ª edição do Mutirão do Diabético, evento anual que oferece atendimento gratuito a pessoas com diabetes ou com fatores de risco, como hipertensão e obesidade.
A ação ocorre das 7h às 11h, na Rua Barão do Rio Branco, nº 892, no centro da cidade, e contará com uma equipe multidisciplinar para exames de glicemia, pressão arterial, orientações nutricionais, consultas oftalmológicas e outros procedimentos específicos, como fundo de olho e pressão ocular.
📲 😎SEJA VIP: Siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp e receba as principais notícias do dia.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o médico Hermelino de Oliveira Neto, oftalmologista e coordenador do mutirão, destacou que o objetivo do evento é “dar acesso ao paciente diabético que, às vezes, tem dificuldade de ser atendido”.
Ele também reforçou que a ação contempla aqueles que apresentam histórico familiar de diabetes ou sintomas associados, como sedentarismo e obesidade.
“Também os pacientes que tiverem um pai, uma mãe, um tio diabético que eventualmente esteja sentindo algum sintoma ou eventualmente alguma pessoa obesa, sedentária que está hipertenso, se quiser ir lá ser atendido, nós estaremos atendendo esse público”, disse o médico ao Acorda Cidade.
Este ano, o mutirão contará com tecnologia avançada, como um robô de inteligência artificial que auxilia na triagem oftalmológica. “Esse robô vai nos guiar com relação à conduta oftalmológica desse paciente, obviamente que o médico estará checando as informações, e também estaremos com atendimento multidisciplinar através da Unex, e toda sua equipe de enfermagem, biomedicina, fisioterapia, nutrição”, explicou Dr. Hermelino. Além disso, o evento oferece apoio jurídico para orientar os participantes sobre os direitos dos diabéticos.
O mutirão de Feira de Santana é apoiado por importantes entidades, como o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad).
Para quem deseja participar, Dr. Hermelino orienta que os interessados compareçam ao local no horário do evento, levando identidade e, se possível, o cartão do SUS.
“Haverá naturalmente uma fila, mas a nossa equipe já estará nessa fila agindo. Não precisa marcar, pode chegar na hora, ele vai ser atendido, vai ser logo inserido no registro e esse paciente vai passar por todas as ilhas de atendimento. Nós temos um sistema muito rápido, digital, em que ele já vai cadastrar [os pacientes]”, explicou. Também não é necessário estar em jejum.
O atendimento durante o mutirão abrange todas as etapas necessárias para detectar e monitorar doenças associadas ao diabetes, como retinopatia diabética, glaucoma e catarata.
Dr. Hermelino, que recentemente participou de um congresso sobre diabetes em Chicago, nos Estados Unidos, ressaltou a gravidade da retinopatia e a necessidade de diagnóstico precoce: “O diabetes afeta do dedão do pé ao cabelo. Sabe-se que o diabético tem 25 vezes mais chances de ficar cego do que o não diabético”.
Segundo o médico, há a estimativa de que na região de Feira de Santana existam cerca de 50 a 150 mil pacientes diabéticos, inclusive, pessoas que possuem a doença e não sabem.
Ele ainda mencionou os avanços na oftalmologia, incluindo a cirurgia de catarata robotizada, destacando a importância a medicina se atualizar continuamente e destacou os problemas que a diabetes pode trazer para a saúde ocular.
“Existe uma necessidade importante dos médicos cada vez mais se atualizarem no tratamento dessa doença que ainda não tem cura, infelizmente. Nós temos controle. A retinopatia diabética, a diabetes, causa hemorragias no fundo de olho, causa inflamação na retina, e essas hemorragias podem ter uma intensidade muito grande e podem descolar a retina, levando a uma cegueira irreversível. Então, não tem cura. Mas, por outro lado, essa doença pode também levar a inflamações, inflamação na retina, que nós chamamos de edema de mácula, que hoje temos um tratamento bastante eficaz, que são os usos dessas injeções dentro do olho, injeção intravítrea, que consegue ter uma melhora importante na acuidade visual desses pacientes”.
Entretanto, o oftalmologista reforça que não adianta realizar tratamentos se o paciente não tiver o controle da doença.
“O controle metabólico, que é o controle do paciente diabético, ele precisa ter a consciência de que ele precisa baixar a sua glicemia e estar em níveis toleráveis, juntamente com uma equipe multidisciplinar, entre eles o seu endocrinologista. Você precisa detectar e fazer o controle, porque essa doença só vai progredir. O que os médicos vão fazer é promover uma progressão mais lenta dessa doença”, orientou.
Além disso, Dr. Hermelino também destacou a tecnologia avançada que está sendo estudada para beneficiar as áreas de saúde, como a oftalmologia. Como exemplo, ele citou robôs que já possuem a capacidade de perceber qualquer intercorrência numa rapidez cinco vezes maior do que a mente humana ao realizar uma cirurgia de catarata.
“O robô realmente, ele é um avanço, agora, ele é muito caro ainda, não é um equipamento de acesso, ele ainda está em testes, não foi aprovado ainda pela saúde americana, que é o FDA. Mas com certeza, ele vai ser um futuro, principalmente para você fazer cirurgias em locais distantes, locais em que você não vai ter acesso. Certamente, ele também, como a mente humana, como o médico, ele vai ter determinadas restrições a determinados casos”, explicou ao Acorda Cidade.
Ao final do atendimento, cada paciente receberá um relatório com os exames realizados para acompanhamento com outros profissionais de saúde, como endocrinologistas e clínicos. Em caso de diagnósticos, novos exames serão solicitados e o paciente já poderá realizar alguns com a equipe multidisciplinar do mutirão.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram