Saúde

"Bico de Papagaio": saiba as causas, impactos e prevalências populacional

O termo "bico de papagaio" refere-se a calcificações que se formam nas vértebras da coluna devido ao desgaste e ao processo de envelhecimento.

Foto: Prostock-studio/Freepik
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A osteofitose, popularmente conhecida como “bico de papagaio”, afeta parte significativa da população, cerca de 15 a 30% de pessoas acima dos 60 anos, gerando impactos importantes na funcionalidade e qualidade de vida.

Segundo o neurocirurgião, mestre pela Unifesp, Dr. Alexandre Elias, a incidência da doença, que também pode afetar outras faixas etárias em menor prevalência, tem justifica clara que ajuda a direcionar o diagnóstico mais facilmente. “Trata-se de uma doença de causa degenerativa, portanto mais comum na terceira idade, mas que pode também estar presente em outros quadros e perfis populacionais”.

O que é o “Bico de Papagaio”?

O termo “bico de papagaio” refere-se a calcificações que se formam nas vértebras da coluna devido ao desgaste e ao processo de envelhecimento. Essas calcificações, chamadas no meio médico de osteófitos, surgem como uma resposta do corpo para estabilizar a coluna vertebral quando os discos intervertebrais perdem altura e elasticidade, adquirindo uma forma de bico, que então dá origem ao nome popular.

“Esses osteófitos são como mecanismos de defesa do nosso corpo. Eles surgem para estabilizar a coluna e impedir que ela se mova de forma anormal, mas, infelizmente, esse processo pode acabar comprimindo estruturas nervosas e gerando dor, entre outros sintomas.” explica o médico Alexandre Elias.

Por que isso acontece?

Embora o “bico de papagaio” seja mais comum com o envelhecimento, outras condições podem contribuir para o seu desenvolvimento, como artrose, hérnia de disco, obesidade, traumas e doenças reumatológicas como a espondilite anquilosante porque todas elas somam para o processo degenerativo da estrutura óssea.

“O desgaste da coluna é uma parte natural do processo de envelhecimento, mas é importante lembrar que fatores como o estilo de vida, a prática de exercícios físicos e até mesmo a postura diária desempenham um papel crucial na manutenção da saúde da coluna vertebral,” destaca o especialista.

Sintomas e Diagnóstico do bico de papagaio

Nem todos os pacientes com bico de papagaio sentem dor, sendo comum a sua identificação em exames de imagem. Quando os sintomas estão presentes, eles costumam incluir ainda dor irradia para as pernas, além de queimação e fraqueza muscular, devido à compressão de raízes nervosas.

“É fundamental que o diagnóstico seja baseado em uma análise clínica detalhada combinada com exames de imagem, para que possamos correlacionar os sintomas apresentados com as alterações visíveis,” afirma Elias.

Qual o tratamento do Bico de Papagaio?

O tratamento para o “bico de papagaio” varia conforme o grau do quadro e os seus sintomas. Para além de medicações anti-inflamatórias em caso de crise dolorosa, abordagens específicas, como fisioterapia, incluindo o Pilates, são eficazes para controlar a dor e melhorar a mobilidade. A musculação também é recomendada para fortalecer a coluna e prevenir a progressão do desgaste ósseo em pessoas acima dos 45 anos.

Em casos mais graves, onde os tratamentos conservadores não são suficientes, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. As técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia endoscópica, permitem uma recuperação mais rápida e segura, mesmo para pacientes em idade avançada.

“A cirurgia endoscópica oferece uma grande vantagem por impedir o sangramento, diminuir o nível de manipulação e os risos de infecção. Com isso, conseguimos tratar os pacientes de maneira ainda mais segura e com uma recuperação muito mais rápida.” conclui o neurocirurgião.

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