A palavra luto (luctus) tem origem na língua latina e significa aflição, dor e angústia. A perda de pessoas que amamos é sempre um período de sofrimento e questionamentos chamado Luto. Nessas horas, não achamos palavras para traduzir o que estamos sentindo. É uma experiência muito dolorosa, pessoal e varia de pessoa para pessoa. Como lidar com a dor do luto?
QUANDO sofremos perdas de entes queridos, passamos por um período muito difícil que envolve questões emocionais e, em alguns casos, tem consequências físicas. É necessário, também, compreender que o luto não é um transtorno psicológico, mas um processo de aceitação e superação que tem seu tempo para ser vivido, antes da pessoa enlutada, recompor-se e retomar, novamente, suas atividades.
A DOR do luto é o preço que se paga por amar alguém. Entre outras manifestações, pode se expressar pela vontade de chorar, angústia, ansiedade e uma profunda tristeza acompanhada de desânimo. Com o passar do tempo, a pessoa consegue voltar a sua rotina, administrar a dor, falar com serenidade do ente querido, ir ao trabalho, sair com os amigos e participar de festas. Alguns, porém, mais do que outros, têm dificuldade em aceitar a perda de um ente querido.
QUANDO a depressão, o estresse e a insônia tomarem o controle da vida dessas pessoas, aconselha-se procurar ajuda de um psicólogo para que, no processo terapêutico, a dor emocional seja amenizada. Existem, também, grupos de apoio, principalmente, de familiares e amigos, que proporcionam alívio para a dor. Ninguém precisa sofrer sozinho!
SOMOS todos frágeis e não existe receita pronta para lidar com o luto. No entanto, algumas atitudes podem nos ajudar: Aceitar o abraço de pessoas amigas, chorar todas as vezes que sentimos vontade, evitar o isolamento e a solidão. Somente a solidariedade de pessoas amigas podem proporcionar forças para seguir em frente. Quando partilhamos emoções, conseguimos aceitar e superar muitos sofrimentos. “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”, (Rm. 12,15), nos afirma São Paulo.
É TAMBÉM, muito importante saber que não foi Deus quem fez a morte. Se ela carrega consigo a dor da separação, a fé na vida eterna, mesmo não impedindo o sofrimento, permite que a esperança aponte para o que virá depois da existência terrena. A fé é capaz de transformar a escuridão do luto em luz, esperança e certeza. E Jesus nos assegura: “Eu sou a ressureição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá” (Jo. 11,25).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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