O Campeonato Baiano de Xadrez Rápido e Blitz 2024 traz jogadores de toda a Bahia para Feira de Santana neste final de semana, com a disputa da modalidade rápido no sábado (26) e da blitz no domingo (27), ambas a partir das 13h, no Shopping Avenida. O evento, promovido pela Federação Baiana de Xadrez (FBX) e apoiado pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), reuniu mais de 66 participantes em dez categorias, incluindo absoluto, feminino, veterano 60+, deficiente visual, e sub-8 a sub-18.
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O presidente da FBX, Luciano Zallio, destacou a importância de eventos como esse para o desenvolvimento do xadrez no estado. Segundo o tetracampeão, Feira de Santana já está consolidada como uma rota dos enxadristas.
“É de extrema importância trazermos novos adeptos. Temos aqui muitas crianças, idosos, jovens, mulheres participando. Não esquecendo do Governo do Estado, a Sudesb, que é a nossa parceira, que sempre tem nos prestigiado com eventos importantes como esse a título de campeonato baiano”, afirmou Zallio.
Com sete rodadas no formato suíço e uma cadência de 10 minutos mais 5 segundos, o torneio rápido contou com 66 jogadores inscritos no sábado, e mais de 50 já garantiram vaga para o torneio blitz que será realizado amanhã (27). Ao Acorda Cidade, o presidente explicou as diferentes estratégias entre as modalidades.
“O ritmo do xadrez é baseado na sua tomada de decisão e na sua concentração. O blitz você tem que pensar rápido, jogar rápido, tem que ter uma concentração fora do normal. E o rápido já tem um pouco mais de tempo, então você já pensa melhor. E o clássico, que é o terceiro ritmo, que não é o que se aplica aqui nesse torneio hoje, mas será de 14 a 17 de novembro, já é com mais tempo. Então, você já pensa melhor nas jogadas, já calcula melhor os próximos lances”, explicou.
Para enxadristas experientes, como Paulo Jatobá, campeão das edições passadas, o xadrez é um jogo que envolve raciocínio constante e estratégia. No campeonato de hoje, ele pretende defender seu título de campeão baiano.
“Eu tenho a impressão que foi Fidel Castro uma vez que disse observando esportes e ele falou que no xadrez é o único esporte que desde o começo você tem que estar raciocinando, desde o começo você tem que botar a sua mente para funcionar e que ele não tinha visto isso em qualquer outro esporte. Eu não digo que conheço todos os esportes, mas jogando xadrez essa parece uma verdade”.
O xadrez é um jogo de estratégia disputado entre dois jogadores, cada um controlando um conjunto de peças (brancas ou pretas). O objetivo é colocar o rei adversário em xeque-mate, o que significa ameaçá-lo de forma que ele não possa escapar de ser capturado. Para quem não é familiarizado com o jogo, Paulo disse que é muito bacana começar a aprender.
“Tem o problema inicial do xadrez que é você começar a aprender a mover as peças. Uma vez que você consegue mover as peças, o jogo te chama de uma maneira que é um vício. É o pior vício que eu tenho na vida e, sabe, eu não gostaria de ter outro vício senão esse. Cada peça tem um nome, você tem os peões que são os aríetes que ficam na frente de todas as peças do adversário, todas as armas, você tem o rei que é a peça mais importante do tabuleiro; a princípio, se o ataque é ao seu rei, você não consegue defender, você perdeu a partida. Então, por isso, é a peça mais importante. Logo ao lado do rei, você tem a dama, a peça mais poderosa do tabuleiro, é a que tem mais força. Logo depois, você tem os bispos, os cavalos, as torres e cada adversário tem esse mesmo contingente: oito peões brancos, oito peões pretos, um rei e uma dama, dois bispos, dois cavalos e duas torres”, explicou ao Acorda Cidade.
“Xadrez é muito bacana de se aprender. Ele tem o problema inicial do xadrez, que é você começar a aprender a mover as peças. Uma vez que você consegue mover as peças, o jogo te chama de uma maneira que é um vício. É o pior vício que eu tenho na vida e, sabe, eu não gostaria de ter outro vício senão esse”, disse Jatobá, que está na disputa deste ano para defender o título.
Para Jorge Ferreira, também jogador e participante do evento, o campeonato é uma oportunidade de reencontrar amigos, desafiar suas habilidades e brigar pelo título. Muito experiente, ele destacou os grandes nomes regionais que já deixaram sua marca no esporte.
“A Bahia dentro do xadrez nacional tem certa tradição, já que temos Josep Du Paiva, o maior jogador da história do xadrez baiano, que foi bicampeão brasileiro absoluto de xadrez; Dona Ruth Cardoso, mestre internacional, primeira mestre internacional feminina e maior jogadora do Brasil em todos os tempos, também baiana, foi sete vezes campeã brasileira e duas vezes campeã sul-americana. Temos hoje Paulo Jatobá, que é o atual campeão baiano e também atual campeão brasileiro de xadrez e blitz categoria sênior, mais um jogador que entra para o grupo dos campeões brasileiros do nosso estado”, frisou.
O jogador ressaltou ainda o papel do xadrez para a mente, especialmente para pessoas idosas. Ele também disse que o jogo tem se tornado cada vez mais inclusivo, com a participação de mais mulheres e pessoas de todas as classes sociais.
“O xadrez é importante para toda e qualquer pessoa. Por exemplo, o xadrez é um grande auxiliar no combate ao Alzheimer. Existem estudos, e o xadrez geralmente ajuda bastante a trabalhar com esse problema, que é comum a pessoas que alcançam determinada idade, pessoas idosas. Para você ter ideia, geralmente jogadores de xadrez, aqueles que praticam, estudam xadrez, não apresentam Alzheimer. Justamente porque estão o tempo todo fazendo um trabalho profundo com o seu cérebro”, afirmou.
Benício Rocha, jovem participante do evento, é outro enxadrista entusiasta. Ele já participou de diversos campeonatos pelo Nordeste. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele falou sobre a importância do jogo para o desenvolvimento intelectual.
“Desenvolve muito o intelecto, a memória, o reconhecimento de padrões. Ganhei a primeira rodada, uma partida razoavelmente fácil”, afirmou.
O Campeonato Baiano de Xadrez 2024 também tem o apoio da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e da Fédération Internationale des Échecs (FIDE).
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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