22 de outubro

Dia do Enólogo: a ascensão da profissão que transforma uvas em vinhos

A Enóloga Rafaella Coelho destacou como é dia a dia, as qualificações necessárias, a demanda pelo trabalho, os desafios e oportunidades

dia do enólogo
Foto: Arquivo pessoal

Nesta terça-feira, dia 22 de outubro é comemorado o Dia do Enólogo, uma profissão fascinante e essencial para a produção de vinhos e que está em ascensão no Brasil. O enólogo é o especialista que acompanha todas as etapas do processo de fabricação de vinhos, desde o cultivo das uvas até o engarrafamento e a comercialização do produto final.

Para entender como é o dia a dia desse profissional, as qualificações necessárias, a demanda pelo trabalho, os desafios e oportunidades do mercado, o Acorda Cidade conversou com a Enóloga Rafaella Lima Lacerda Coelho, de 24 anos, que atualmente trabalha como gerente e enóloga da vinícola Vaz, localizada em Morro do Chapéu, na região da Chapada Diamantina.

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Foto: Arquivo pessoal

Ela conta que em 2017, logo após o fim do ensino médio, decidiu cursar uma faculdade, pensando na possibilidade de realizar um concurso público, então decidiu pela Enologia. No decorrer da faculdade ela percebeu as diversas possibilidades de trabalho na área e se apaixonou pela profissão.

“Depois dos estágios me encantei pela área da fermentação. Como que uma uva, que a gente coloca ali a levedura e ela se transforma em álcool e muda completamente? E aí eu me encantei. Costumo dizer que foi a enologia que me escolheu, justamente por conta de todas essas transformações”, relembrou.

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Foto: Arquivo pessoal

Rafaella destaca que o enólogo pode exercer diversas funções. Ele é responsável desde a parte de plantio da videira, o acompanhamento técnico, até a comercialização do produto.

“Depois do plantio você tem os tratos culturais, colheita, toda a questão de elaboração de vinhos. O enólogo é responsável pelas análises, questões de momentos de engarrafamento, são duas decisões que são tomadas por nós e depende muito da área que você vai seguir. Também tem o enoturismo, que está crescendo bastante. Hoje eu atuo principalmente na parte de elaboração de vinhos, aqui na Vinícola Vaz, todo esse processo de elaboração é por minha parte. Também temos o enoturismo, pois a gente recebe turistas aqui e tem a comercialização direta dos vinhos também”, afirmou.

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Foto: Arquivo pessoal

Ainda falando sobre áreas de atuação e no crescimento da profissão no Brasil, a especialista afirma que a procura por esses profissionais tem crescido bastante, assim como está crescendo a popularização.

“Quando comecei a fazer faculdade, muitas pessoas não sabiam nem o que era um enólogo. Perguntavam o que eu fazia e quando eu respondia, as pessoas ficavam sem entender. Hoje é muito raro você perguntar para uma pessoa e ela não saber o que é. E é muito legal esse crescimento. Hoje a gente vê uma grande demanda para os enólogos, inclusive, no Vale do São Francisco tem a faculdade e cada vez mais as pessoas estão saindo já empregadas”.

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Foto: Arquivo pessoal

O curso superior para ser Enólogo, tem duração de três anos e meio e existem vários cursos de especialização recomendados, a partir do momento em que a pessoa escolhe qual área pretende seguir. Rafaella destaca as principais habilidades que um Enólogo precisa ter.

“A gente precisa estar buscando inovações para se manter no mercado. Além disso, ter poder de decisão, pois você está ali elaborando o vinho, você precisa ter autonomia de escolher se é o momento de engarrafar ou não, se o vinho precisa de mais um tempo, se dá para fazer blends, que é uma mistura de vinhos. O enólogo toma a decisão sobre o vinho, então eu diria que uma das habilidades e qualidades do enólogo tem que ser essa, tem que tomar decisões, e está sempre inovando, para não ficar estagnado no mercado”, destacou.

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Foto: Arquivo pessoal

Consumo de vinho no Brasil

A Enóloga Rafaella disse ao Acorda Cidade que acredita muito no aumento do consumo de vinho Brasil. Ela analisa que a diferença do consumo do Brasil para outros países, a exemplo de Portugal, seja uma questão cultural.

“Portugal é um país bem menor que o Brasil e é o maior consumidor de vinho do mundo. Acredito que faz parte da cultura e por isso a diferença é tão grande. Aqui no Brasil, a gente vem aumentando gradativamente e a gente tem que começar a introduzir vinhos mais leves, vinhos mais jovens, para que as pessoas que não tenham tanto costume com o mundo do vinho, comecem a consumir”, opinou.

Ela ainda considera que a questão de preços seja outro fator que influência no consumo do produto no Brasil. De acordo com a Enóloga, com preços mais atrativos e vinhos bons, o Brasil consegue ter uma maior quantidade de consumidores do produto.

“Temos preços não tão atrativos, porque nos outros países o vinho é considerado como alimento, aqui no Brasil ainda não. Então, a gente precisa lutar cada vez mais para que o vinho seja considerado como alimento. Claro que tudo com limites”, destacou.

Rotina e desafios

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Foto: Arquivo pessoal

A Enóloga Rafaella ainda falou ao Acorda Cidade sobre a rotina e os desafios da profissão. Segundo ela, que já teve a oportunidade de conhecer a rotina de trabalho fora do Brasil, a rotina de um enólogo é bem intensa, principalmente se for em período de safra.

“Em período de safra o enólogo não fica em paz, justamente por conta da demanda de trabalho. É muita uva que tem que vinificar, então é tudo muito intenso e o profissional não pode errar, porque ali vai ser o seu vinho, a uva que você colheu e vai transformar em vinho”.

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Foto: Arquivo pessoal

Com relação aos desafios, Rafaella citou os principais que ela enfrenta na vinícola onde está atuando atualmente, que está localizada em uma região considerada nova para o setor de vinhos no Brasil.

“Trabalho em uma empresa que foi a pioneira nessa questão de plantar uva para produzir vinhos na Chapada Diamantina. E os principais desafios é justamente estar numa região nova, a qual os desafios eles são constantes, são diários. Tem a questão do plantio, que você não sabe como que vai funcionar, a questão de plantar cultura de uva em uma região a qual as pessoas não têm tanto costume, mas estamos tendo resultados positivos”, afirmou.

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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